Estávamos em 1968/69. Os Álamos iam gravar dois singles de 45 rotações para a Sonoplay e precisavam de canções inéditas. Para um conjunto yé-yé à boa maneira da época, cantar em português cheirava a bafio, a pó-de-arroz, a nacional-cançonetismo… O Chico Fininho estava ainda para nascer e o grande êxito dos Sheiks era o Missing You. Por isso, os temas seriam cantados em inglês. Mas tínhamos decidido que uma das faixas a gravar seria cantada simultaneamente em português e inglês, à maneira do Chove chuva do Sérgio Mendes & Brasil '66.
Ao lado, capa do single Sonoplay SP 20.002 - 1969, com "Peter and Paul" e "Flip Side".
A música era do Rui Ressurreição e estava já pronta, depois de uma tarde passada a partir pedra na sala de ensaios que ocupávamos na ala nordeste do edifício da Associação Académica. Faltava a letra e o Rui sugeriu que a pedíssemos ao Zé Niza ou à Isabel, sua mulher, cuja formação em Germânicas facilitaria a escrita bilingue. Lá mais para a noite, estávamos no Mandarim, o café onde sempre poisávamos, numa das mesas debaixo das escadas que ligavam ao andar de cima. Chega o Zé Niza, ouve o trautear da melodia – muito simples, como era timbre da época – pede-se um guardanapo ao Sô Talina e, enquanto se beberrica mais um fino, é esboçada a letra em português, que viria a ser parcialmente retrovertida pela Isabel e a receber o nome de Peter and Paul. Aqui ficam as duas primeiras quadras:
I don't know the reason
Tell me what to say
While Peter is hungry
Paul eats everyday
Eu não sei porquê
While Peter is hungry
Paul eats everyday
Eu não sei porquê
Não sabe ninguém
Se Paulo tem casa
Seu irmão não tem
Se Paulo tem casa
Seu irmão não tem
Completamente ao lado do que eram os standards de um conjunto yé-yé, mas perfeitamente alinhada com as preocupações de quem viria a escrever na sua autobiografia: «Agradeço à vida o que me deu. Não tenho livro de reclamações a não ser para lutar pelos direitos dos pobres, dos humildes e para que haja mais justiça e solidariedade em Portugal.» Não há qualquer dúvida – Zé Niza era um produto da Coimbra solidária dos anos 60, da Coimbra onde germinou a canção de intervenção que viria a dar os seus frutos na década de 70.
O Zé Niza começou a acompanhar fado de Coimbra à viola, arte que trazia de Santarém. Mas cedo resolveu experimentar a guitarra eléctrica, tendo sido fundador da Orquestra Ligeira do Orfeon Académico de Coimbra, no rodar da década de 50 para a de 60, com António Portela (no acordeão) e outros. À data em que os conheci, por volta de 1964, o conjunto estava no auge. Tinha, então, para além do Zé Niza na guitarra eléctrica, o Rui Ressurreição (pianista, xilofonista e acordeonista de mão-cheia, admirador do Sivuca), o Joaquim Caixeiro na bateria, na viola-baixo o Daniel Proença de Carvalho (que me lembro de ver num Sarau da Queima a cantar música mexicana no Trio Los Dos, assim chamado por haver sempre um que faltava aos espectáculos) e, como vocalista, o Zé Cid, que cantava igualmente naquele trio. Era um quinteto com o instrumental e o repertório típico da transição da década de 50 para a de 60. Interpretavam música brasileira, italiana, francesa, americana… Eram exímios nos arranjos vocais e muito bons no jazz e na bossa-nova. Estávamos na época de O Pato e do Desafinado.
Foto tirada nos estúdios da RTP, numa fase em que António Portela ainda fazia parte do grupo e em que José Niza tinha interrompido os estudos, sendo Proença de Carvalho o guitarra. São eles, a partir da esquerda: António Portela, Joaquim Caixeiro, Rui Ressurreição, José Cid e Daniel Proença de Carvalho.
Mais tarde, os quatro instrumentistas da Ligeira do Orfeão formaram o Quarteto de Jazz do Orfeon. Mário Castrim, o verrinoso crítico televisivo do Diário de Lisboa, tentou deitá-los abaixo por não conceber um quarteto de jazz sem metais e com guitarra eléctrica, o que muito enfureceu o Zé Niza, que lhe remeteu de presente uma lista de consagrados quartetos de jazz com idêntica formação.
Quanto ao Zé Cid, o único que viria a enveredar pelo profissionalismo e que deixou Coimbra mais cedo para frequentar o INEF (Instituto Nacional de Educação Física), em Lisboa, fora já pianista, acordeonista e vocalista dos Babies, conjunto que viveu entre 1958 e 1960, e que poderá ter sido a primeira banda rock portuguesa. Os Babies contavam ainda com António Portela (acordeão e piano), António Igrejas Bastos (bateria, voz e contrabaixo), Rui Nazareth (guitarra eléctrica), aparecendo, também, Luiz Cabeleira na bateria.
Na foto, a partir da esquerda, António Portela, Luiz Cabeleira, José Cid, Igrejas Bastos e Rui Nazareth.
De 1960 a 1962 foi a era dos Tigres. Com Abílio Soares no contrabaixo e Zé Carlos Nascimento Costa na bateria, tinham como pianista Amândio Cruz, como acordeonista António Oliveira Santos e, na guitarra eléctrica, o Frias, que tocava o Guitar Boogie como ninguém mais em Coimbra. Curiosamente, o Frias, que conheci agarrado à guitarra eléctrica, viria depois a abraçar a guitarra de Coimbra, ficando mais conhecido por Frias Gonçalves.
Na foto, os Tigres no Café Nicola em 4/2/1961. A partir da esquerda: Abílio Soares, Aroso (técnico de som), António Oliveira Santos, Amândio Cruz, Frias e Nascimento Costa.
Também por esta altura, 1962/63, apareceram os Beatniks, conjunto que não terá durado mais do que um ano. Nele tocaram o Rui Ferraz ao piano, o Abílio Soares (ex-Tigres) no contrabaixo, o Maia de Carvalho na bateria e, na viola, nada mais nada menos do que o Rui Pato , mais conhecido por ter acompanhado Zeca Afonso durante largos anos mas que não deixou de fazer, também ele, uma perninha nos conjuntos de baile.
Lembro-me ainda dos Alybaba e do Conjunto Braga da Cruz, que tinham como líder o Armando Braga da Cruz (ex-Nelson Martins) e a que pertenceram o Ivo, o Aragão, o Marinheiro e o Victor Ferreira.
Mas poucas referências tenho do conjunto onde tocava o Cabeleira e seu irmão mais novo (um putozito), conjunto que me parece ter tocado no baile de estreia dos Álamos no salão da FNAT, à Estação Nova.
E não gostaria que ficasse esquecido o papel precursor da Orquestra Ligeira da Tuna (anos 50), e também o da Orquestra Ligeira do Orfeon Misto (início dos anos 60), onde a Marinela tocou acordeão e o Chico Brito tocou piano e foi vocalista.
Fechando o ciclo dos conjuntos com a formação "clássica" – piano, acordeão, guitarra eléctrica, contrabaixo, bateria e vocalista – é hora de falar dos Scoubidous. Começaram muito novos, ainda no liceu, estávamos no início de 1961, e manter-se-iam por 6 anos. Na época do twist, rock e slow-rock, ritmos que eles interpretavam na maravilha, nos seus smokings reluzentes, cheios de estilo, tinham um repertório muito alegre e variado. O maior êxito que lhes recordo é o Sabeline. O grande maestro era o Tozé Albuquerque, o pianista. Tinham o Zé Tó à bateria, um tipo com ar malandreco que usava uns óculos escuros estreitinhos, que viriam décadas mais tarde a ser copiados pelo Pedro Abrunhosa (se é que ambos os não foram copiar ao baterista do Conjunto Académico do Porto, Toni Hernandes). No contrabaixo, acordeão eléctrico e vibrafone estava o meu colega de curso (em Coimbra e no Porto) António Santos Andrade, enquanto na guitarra eléctrica (de caixa semiacústica, à Elvis Presley) tocava o seu irmão Zé, que um belo dia foi proibido pelo clínico de fazer coros, abrindo-se ao Alberto Velho Nogueira – "Alberty Pente" – a oportunidade de entrar para o grupo e fazer depois uma perninha de saxofone. Deixei para o fim o vocalista (e, quando necessário, contrabaixista) Júlio Maia, também conhecido por "Júlio Scoubidou", brilhante a interpretar em qualquer língua. Talvez por ser aluno de Letras, tirava minuciosamente as letras das canções ao gira-discos, com uma trabalheira danada, sendo, porventura, o único vocalista daquela época que as não aldrabava. Era o início dos anos 60 e só muito mais tarde os discos começaram a trazer consigo as letras.
Na foto, ainda antes dos smokings reluzentes, numa indumentária muito jovial: a partir da esquerda, Tózé Albuquerque, José Santos Andrade, Júlio Maia, Zé Tó (José Augusto) Gouveia e António Santos Andrade.
Estávamos em 1962, às voltas ainda com Bill Haley & His Comets, Paul Anka, Marino Marini e Françoise Hardy, quando nos chegam de Inglaterra os ecos de Cliff Richard and the Shadows a tocar The Young Ones e, de França, o som dos Les Chats Sauvages com Est-ce que tu le sais e Twist à Saint-Tropez. Foi a revolução! O piano tinha ido às malvas! O contrabaixo, atirado para o lixo, dava definitivamente lugar à guitarra-baixo. Toda a força estava agora em três guitarras eléctricas sem caixa de ressonância – os "bacalhaus" –, ora "rockeiras" ora roçando uma maviosidade piegas, secundadas por uma bateria e um vocalista. Quase em simultâneo, chegavam-nos os Beatles, com o mesmo instrumental mas onde a função do vocalista era desempenhada pelos três guitarras, que berravam desalmadamente: yeah, yeah, yeah! Entrávamos, assim, no reino dos conjuntos yé-yé!
Coimbra não perde a oportunidade… e surgem Os Álamos, conjunto composto apenas por universitários, com prevalência das Engenharias, que viria a ser o conjunto de Coimbra mais disputado para tudo o que fosse baile por esse país fora, das passagens de ano aos Carnavais e à Queima, dos finalistas de liceu aos bailes das Faculdades, de Chaves a Faro, do Casino do Estoril ao Hotel Savoy na Madeira. Os Álamos formaram-se no primeiro trimestre de 1962/63, estrearam-se no início de 63 e duraram quase até ao final de 68/69. Com forte componente vocal nos seus arranjos musicais, eram especialmente dotados na música Beatle, mas tocavam tudo o que estivesse a dar (desde que não fosse nacional-cançonetismo), do slow para constituir família ao rock mais assanhado.
Foto tirada em 63/64 no varandim do Bar das Medicinas. A partir da esquerda, de pé: Zé Veloso e Chico Faria; abaixados: Luís Colaço, Nuno Figueiredo e Duarte Brás.
Apesar de serem um dos melhores conjuntos de baile nacionais, pedindo meças aos grupos profissionais com que alternavam, o primeiro disco saiu mauzinho. Sendo obrigados pela editora a incluir um tema em português, gravaram O Comboio, música oferecida pelo Zé Cid, que o conjunto nunca mais tocou mas que é a única que vai passando na rádio. Razão tinha a editora...
Capa do EP da Rapsódia EPF 5.305. A partir da esquerda, em cima: Chico Faria, Zé Pereira e Zé Veloso; em baixo: Duarte Brás e Luís Colaço.
O Zé Niza começou a acompanhar fado de Coimbra à viola, arte que trazia de Santarém. Mas cedo resolveu experimentar a guitarra eléctrica, tendo sido fundador da Orquestra Ligeira do Orfeon Académico de Coimbra, no rodar da década de 50 para a de 60, com António Portela (no acordeão) e outros. À data em que os conheci, por volta de 1964, o conjunto estava no auge. Tinha, então, para além do Zé Niza na guitarra eléctrica, o Rui Ressurreição (pianista, xilofonista e acordeonista de mão-cheia, admirador do Sivuca), o Joaquim Caixeiro na bateria, na viola-baixo o Daniel Proença de Carvalho (que me lembro de ver num Sarau da Queima a cantar música mexicana no Trio Los Dos, assim chamado por haver sempre um que faltava aos espectáculos) e, como vocalista, o Zé Cid, que cantava igualmente naquele trio. Era um quinteto com o instrumental e o repertório típico da transição da década de 50 para a de 60. Interpretavam música brasileira, italiana, francesa, americana… Eram exímios nos arranjos vocais e muito bons no jazz e na bossa-nova. Estávamos na época de O Pato e do Desafinado.
Foto tirada nos estúdios da RTP, numa fase em que António Portela ainda fazia parte do grupo e em que José Niza tinha interrompido os estudos, sendo Proença de Carvalho o guitarra. São eles, a partir da esquerda: António Portela, Joaquim Caixeiro, Rui Ressurreição, José Cid e Daniel Proença de Carvalho.
Mais tarde, os quatro instrumentistas da Ligeira do Orfeão formaram o Quarteto de Jazz do Orfeon. Mário Castrim, o verrinoso crítico televisivo do Diário de Lisboa, tentou deitá-los abaixo por não conceber um quarteto de jazz sem metais e com guitarra eléctrica, o que muito enfureceu o Zé Niza, que lhe remeteu de presente uma lista de consagrados quartetos de jazz com idêntica formação.
Quanto ao Zé Cid, o único que viria a enveredar pelo profissionalismo e que deixou Coimbra mais cedo para frequentar o INEF (Instituto Nacional de Educação Física), em Lisboa, fora já pianista, acordeonista e vocalista dos Babies, conjunto que viveu entre 1958 e 1960, e que poderá ter sido a primeira banda rock portuguesa. Os Babies contavam ainda com António Portela (acordeão e piano), António Igrejas Bastos (bateria, voz e contrabaixo), Rui Nazareth (guitarra eléctrica), aparecendo, também, Luiz Cabeleira na bateria.
Na foto, a partir da esquerda, António Portela, Luiz Cabeleira, José Cid, Igrejas Bastos e Rui Nazareth.
De 1960 a 1962 foi a era dos Tigres. Com Abílio Soares no contrabaixo e Zé Carlos Nascimento Costa na bateria, tinham como pianista Amândio Cruz, como acordeonista António Oliveira Santos e, na guitarra eléctrica, o Frias, que tocava o Guitar Boogie como ninguém mais em Coimbra. Curiosamente, o Frias, que conheci agarrado à guitarra eléctrica, viria depois a abraçar a guitarra de Coimbra, ficando mais conhecido por Frias Gonçalves.
Na foto, os Tigres no Café Nicola em 4/2/1961. A partir da esquerda: Abílio Soares, Aroso (técnico de som), António Oliveira Santos, Amândio Cruz, Frias e Nascimento Costa.
Mantendo o mesmo tipo de instrumental mas sem contrabaixo (que já nos Babies nem sempre era utilizado), surge, no início do ano lectivo de 1962/63, pela mão do pianista Nelson Martins, mais um grupo académico, Nelson Martins e seu Conjunto, o qual tem como acordeonista uma rapariga – Marinela , hoje Marinela St Aubyn – facto inédito em Coimbra, onde o meio académico-musical era essencialmente masculino. O conjunto contou com inúmeras actuações, dentro e fora de Coimbra, dado que, por essa altura, a procura começava a crescer. Do conjunto faziam ainda parte o Frias (ex-Tigres) na guitarra eléctrica e o Humberto Cordeiro como vocalista; na bateria sentava-se o Braga da Cruz, que deixou, mais tarde, o lugar ao Zé Pereira.
Nelson Martins e seu Conjunto nas Patelas. A partir da esquerda, no plano superior da foto, Braga da Cruz e Marinheiro (amigo do grupo); no plano inferior, Nelson Martins, Marinela e Frias.
Nelson Martins e seu Conjunto nas Patelas. A partir da esquerda, no plano superior da foto, Braga da Cruz e Marinheiro (amigo do grupo); no plano inferior, Nelson Martins, Marinela e Frias.
Também por esta altura, 1962/63, apareceram os Beatniks, conjunto que não terá durado mais do que um ano. Nele tocaram o Rui Ferraz ao piano, o Abílio Soares (ex-Tigres) no contrabaixo, o Maia de Carvalho na bateria e, na viola, nada mais nada menos do que o Rui Pato , mais conhecido por ter acompanhado Zeca Afonso durante largos anos mas que não deixou de fazer, também ele, uma perninha nos conjuntos de baile.
Lembro-me ainda dos Alybaba e do Conjunto Braga da Cruz, que tinham como líder o Armando Braga da Cruz (ex-Nelson Martins) e a que pertenceram o Ivo, o Aragão, o Marinheiro e o Victor Ferreira.
Mas poucas referências tenho do conjunto onde tocava o Cabeleira e seu irmão mais novo (um putozito), conjunto que me parece ter tocado no baile de estreia dos Álamos no salão da FNAT, à Estação Nova.
E não gostaria que ficasse esquecido o papel precursor da Orquestra Ligeira da Tuna (anos 50), e também o da Orquestra Ligeira do Orfeon Misto (início dos anos 60), onde a Marinela tocou acordeão e o Chico Brito tocou piano e foi vocalista.
Fechando o ciclo dos conjuntos com a formação "clássica" – piano, acordeão, guitarra eléctrica, contrabaixo, bateria e vocalista – é hora de falar dos Scoubidous. Começaram muito novos, ainda no liceu, estávamos no início de 1961, e manter-se-iam por 6 anos. Na época do twist, rock e slow-rock, ritmos que eles interpretavam na maravilha, nos seus smokings reluzentes, cheios de estilo, tinham um repertório muito alegre e variado. O maior êxito que lhes recordo é o Sabeline. O grande maestro era o Tozé Albuquerque, o pianista. Tinham o Zé Tó à bateria, um tipo com ar malandreco que usava uns óculos escuros estreitinhos, que viriam décadas mais tarde a ser copiados pelo Pedro Abrunhosa (se é que ambos os não foram copiar ao baterista do Conjunto Académico do Porto, Toni Hernandes). No contrabaixo, acordeão eléctrico e vibrafone estava o meu colega de curso (em Coimbra e no Porto) António Santos Andrade, enquanto na guitarra eléctrica (de caixa semiacústica, à Elvis Presley) tocava o seu irmão Zé, que um belo dia foi proibido pelo clínico de fazer coros, abrindo-se ao Alberto Velho Nogueira – "Alberty Pente" – a oportunidade de entrar para o grupo e fazer depois uma perninha de saxofone. Deixei para o fim o vocalista (e, quando necessário, contrabaixista) Júlio Maia, também conhecido por "Júlio Scoubidou", brilhante a interpretar em qualquer língua. Talvez por ser aluno de Letras, tirava minuciosamente as letras das canções ao gira-discos, com uma trabalheira danada, sendo, porventura, o único vocalista daquela época que as não aldrabava. Era o início dos anos 60 e só muito mais tarde os discos começaram a trazer consigo as letras.
Na foto, ainda antes dos smokings reluzentes, numa indumentária muito jovial: a partir da esquerda, Tózé Albuquerque, José Santos Andrade, Júlio Maia, Zé Tó (José Augusto) Gouveia e António Santos Andrade.
Estávamos em 1962, às voltas ainda com Bill Haley & His Comets, Paul Anka, Marino Marini e Françoise Hardy, quando nos chegam de Inglaterra os ecos de Cliff Richard and the Shadows a tocar The Young Ones e, de França, o som dos Les Chats Sauvages com Est-ce que tu le sais e Twist à Saint-Tropez. Foi a revolução! O piano tinha ido às malvas! O contrabaixo, atirado para o lixo, dava definitivamente lugar à guitarra-baixo. Toda a força estava agora em três guitarras eléctricas sem caixa de ressonância – os "bacalhaus" –, ora "rockeiras" ora roçando uma maviosidade piegas, secundadas por uma bateria e um vocalista. Quase em simultâneo, chegavam-nos os Beatles, com o mesmo instrumental mas onde a função do vocalista era desempenhada pelos três guitarras, que berravam desalmadamente: yeah, yeah, yeah! Entrávamos, assim, no reino dos conjuntos yé-yé!
Coimbra não perde a oportunidade… e surgem Os Álamos, conjunto composto apenas por universitários, com prevalência das Engenharias, que viria a ser o conjunto de Coimbra mais disputado para tudo o que fosse baile por esse país fora, das passagens de ano aos Carnavais e à Queima, dos finalistas de liceu aos bailes das Faculdades, de Chaves a Faro, do Casino do Estoril ao Hotel Savoy na Madeira. Os Álamos formaram-se no primeiro trimestre de 1962/63, estrearam-se no início de 63 e duraram quase até ao final de 68/69. Com forte componente vocal nos seus arranjos musicais, eram especialmente dotados na música Beatle, mas tocavam tudo o que estivesse a dar (desde que não fosse nacional-cançonetismo), do slow para constituir família ao rock mais assanhado.
Foto tirada em 63/64 no varandim do Bar das Medicinas. A partir da esquerda, de pé: Zé Veloso e Chico Faria; abaixados: Luís Colaço, Nuno Figueiredo e Duarte Brás.
Apesar de serem um dos melhores conjuntos de baile nacionais, pedindo meças aos grupos profissionais com que alternavam, o primeiro disco saiu mauzinho. Sendo obrigados pela editora a incluir um tema em português, gravaram O Comboio, música oferecida pelo Zé Cid, que o conjunto nunca mais tocou mas que é a única que vai passando na rádio. Razão tinha a editora...
Capa do EP da Rapsódia EPF 5.305. A partir da esquerda, em cima: Chico Faria, Zé Pereira e Zé Veloso; em baixo: Duarte Brás e Luís Colaço.
A estrela do cartaz foi, até ser apanhado pela tropa, o Chico Faria, mais conhecido por "Chico dos Álamos" ou "Chico dos 1000-y-onários”, que, conforme dizia o Sô Chico, porteiro da Associação Académica, era «o que tocava microfone»; a forma como interpretava o I can’t stop loving you ainda hoje estará na memória de quantos iniciaram os seus namoros dançando – e declarando-se – ao som daquela música. No primeiro ano, o Chico deixava para um segundo vocalista, o Zé Gouveia, algumas das músicas em francês e italiano. Na bateria começou o Nuno Figueiredo, que abandonou o conjunto mais cedo por ter ido para o Técnico, entrando para o seu lugar o Zé Pereira (ex-Nelson Martins), que com o Chico fazia a dupla dos mais brincalhões, armando histórias e barracadas por onde o conjunto passava. Nos três "bacalhaus" que, quando necessário, gingavam em palco à maneira dos Shadows, alinharam, por via de regra: como guitarra-solo, o Luís Filipe Colaço (Phil), que viria a acompanhar Zeca Afonso em dois dos seus LP's e que ainda hoje se diverte a solar como o Hank Marvin; como guitarra-ritmo, o Duarte Brás, açoriano dos Corsários das Ilhas, que assumiu o lugar de vocalista quando o Chico foi apanhado pela tropa e que viria a formar o duo de música popular Duarte & Ciríaco; e eu próprio, Zé Veloso, que, por ter sido o último guitarra a chegar ao conjunto, fui obrigado a aprender o ofício de guitarra-baixo e ainda tinha que "fazer as séries" (o alinhamento do espectáculo, como se diria hoje). Mas bem me vinguei deles ao assumir o difícil cargo de tesoureiro, uma espécie de ministro das finanças a quem cabia cortar nos vales de caixa e demais mordomias, já que a compra dos instrumentos e aparelhagens nos obrigou a vários e penosos anos de austeridade, sem troika ou "paitrocínio" que nos resgatasse.
Naturalmente, os Álamos não foram os únicos a aderir à moda das três guitarras, tendo aparecido outros, dos quais destaco, por ordem de entrada em cena:
Naturalmente, os Álamos não foram os únicos a aderir à moda das três guitarras, tendo aparecido outros, dos quais destaco, por ordem de entrada em cena:
- Os Lordes, onde o solista era o Nelo Brito, o viola-ritmo e segundo vocalista era o Luís Requixa (que tantas vezes me emprestou o seu casaco de cabedal para as minhas performances nos Álamos...), o baixista era o Zé Eduardo Costa, e o baterista e vocalista principal era o Luis Monteiro. Foram o segundo conjunto de três guitarras a aparecer em Coimbra, quase um ano depois de terem surgido os Álamos. Composto por malta bastante nova, o conjunto estreou-se no Natal de 1963 e dissolveu-se em 1966;
Foto dos Lordes no Escadote (Quinta das Lágrimas). A partir da esquerda, de pé: Luís Monteiro e Nelo Brito; sentados: Zé Eduardo Costa e Luís Requixa.
- Os Protões, grupo composto por malta do Bairro Marechal Carmona (hoje, Norton de Matos): Nóbrega Pontes na guitarra-solo, António Carlos Couceiro na guitarra-ritmo, Fernando Dias (Nando) no baixo, Jorge Carvalho (Jó) como vocalista e, na bateria, Zézé (José Eugénio) Eliseu, neto do maestro José Eliseu, compositor da música da Balada de Coimbra;
Foto dos Protões. A partir da esquerda: de pé, Nóbrega Pontes, Zézé Eliseu e Jó; no primeiro plano, Nando e Couceiro.
- Os Cocktails, "conjunto-cometa" formado para concorrer ao Concurso Yé-Yé do Teatro Avenida em 66, concurso a que não concorreram os conjuntos já "consagrados" (Álamos, Lordes e Boys) e que os Cocktails acabariam por ganhar. Terminado o festival, não foram longe;
- Os Pops, que juntaram malta dos Lordes, Protões e Cocktails, onde solava o Luís Romão, era viola-ritmo o Joca Colaço (que chegou a integrar os Álamos numa temporada de Verão na Madeira), era baixista o Nando, baterista o Luís Monteiro e organista (uma novidade!) o Kali (João Carlos Mota). Congregando a nata dos músicos yé-yé da geração mais jovem, tocavam de forma agressiva, bem ritmados, virados para um público-alvo teenager. Porém, tendo-se formado em 1967, o pouco tempo de vida (2 anos) não deu para deixar grande rasto fora de Coimbra;
Na foto ao lado, a partir da esquerda, Fernando Dias (Nando), Luís Romão, Luís Monteiro, Joca Colaço (irmão do Luís Filipe Colaço dos Álamos) e Kali (João Carlos Mota).
- Os In loco, posteriores à desagregação dos Protões, compostos pelo Frederico Aguiar (guitarra-solo), pelo Jorge Gomes (guitarra de 12 cordas), pelo Tójó – António Jorge Simões – (guitarra-baixo), pelo Zézé Eliseu (bateria) e pelo Rui Mesquita (vocalista).
Porém, acima de todos estes últimos, estavam os Boys, formados em 1964, conjunto que, em determinada altura, se assumiu com challenger dos Álamos e com o qual mantínhamos uma saudável rivalidade. Os Boys – cujo nome não tinha qualquer conotação pejorativa, já que à data nem partidos políticos existiam – tinham como ponto forte uma boa parte do repertório dos Shadows, graças ao virtuosismo do guitarra-solo Carlos Correia, mais conhecido por Boris, que acompanhou mais tarde Zeca Afonso em dois LP's. De início, o vocalista era o Victor Ferreira; e também o meu cunhado António Dias Figueiredo tocava harmónica em algumas músicas. Lá estavam também o Xana Rebocho Vaz na guitarra-baixo, o Manecas (Luís Manuel Matos) na guitarra-ritmo e o Tonã Vieira Lima na bateria.
Na foto, a partir da esquerda: Carlos Correia, Tonã Vieira Lima, Alexandre Reboxo Vaz, Victor Ferreira e Luís Manuel Matos (Manecas).
Concorreram ao Concurso Yé-Yé do Teatro Monumental, em Lisboa, tendo ganho a 11.ª eliminatória em Nov/65. Um dos temas que mais gostava de os ouvir interpretar era o She's not there dos Zombies.
A malta dos Boys vivia na Cumeada, tal como eu. Ainda no liceu, sonhávamos com a possibilidade de vir a tocar em público. Numa bela noite, pelas fogueiras do S. João, ainda não havia Álamos nem Boys nem o mais que fosse, dei comigo a tocar meia dúzia de músicas com o Manecas, o Tonã e o Victor Ferreira num assim chamado "baile de sopeiras", no campo de basket dos Olivais, de onde só não fomos corridos porque, no meio da refrega corpo-a-corpo, a música era o que menos interessava a quem se espremia na pista (e as falhas de ritmo até deviam dar jeito). Tocámos então com os instrumentos do conjunto de serviço – Ilídio Martins – que era o melhor conjunto futrica de Coimbra. Foi a primeira vez que agarrei numa guitarra eléctrica e que o Tonã se sentou numa bateria, pois que, até então, eu só tocara na minha velha viola de cravelhas de madeira e ele só batera baquetas num caixote de tabuinhas.
Voltando aos Boys, de 66 para 67 o grupo apareceu transfigurado em Hi-Fi, a tocar de forma muito "profissional", com novo baterista – Tó Freitas – e a novidade de ter como vocalista uma rapariga – Ana Maria Delgado – coisa nunca vista no meio dos conjuntos yé-yé. Gravaram, então, um 45 rotações com 4 faixas – todas em inglês, como não podia deixar de ser – disco que teve a colaboração do Rui Ressurreição (órgão, piano e arranjos) e que ficou muito bom. Entretanto, saiu a Ana Maria, e o Luís Monteiro tomou o lugar do Tó Freitas, passando o Boris e o Luís Monteiro a assumir as principais despesas do naipe de vozes. Antes de se dissolverem, ainda gravaram um segundo EP.
Capa do primeiro EP, Parlaphone LMEP 1271 -1967 com "I call your name", "Back from the shore", "Three days of my lyfe" e "Words of a mad". A partir da esquerda, Boris (Carlos Correia), Ana Maria Delgado, Manecas (Luís Manuel Matos), Tó Freitas e Xana Reboxo Vaz.
E os conjuntos académicos dos anos 60 foram-se dissolvendo um após outro, à medida que os músicos iam acabando os seus cursos – ou eram chamados para a tropa – e a dança se transferia dos salões de baile, do Bar das Medicinas e dos ginásios de liceu para as boîtes e discotecas.
Os Álamos foram os mais tenazes, conseguindo viver 7 anos, tantos quantos eram necessários para terminar um curso de engenharia (6) com direito a mais 1 para os descontos. Nos últimos anos, o conjunto tinha elementos a estudar em Coimbra, Porto e Lisboa. Só dois se mantiveram desde a fundação até ao final (Luís Colaço e Zé Veloso). As baixas dos que saíam eram colmatadas com os melhores elementos dos grupos em extinção: entraram o Rui Ressurreição da Ligeira do Orfeão / Clube de Jazz, o Tózé Albuquerque dos Scoubidous, o Luizinho Monteiro, que tinha passado pelos Lordes, Pops e Hi-Fi, e o Boris dos Boys / Hi-Fi – um filho pródigo, pois se tinha iniciado nos Álamos em 63/64 – que veio cumprir o duplo papel de solista na guitarra e na voz. Foi nessa altura que gravaram dois singles, num total de quatro faixas.
Capa do single Sonoplay SN 20.191 -1969 com "It's a new day" e "Stop that game". A partir da esquerda, Luís Colaço, Rui Ressurreição, Zé Pereira, Boris (Carlos Correia), Zé Veloso e Tózé Albuquerque.
Com as novas entradas, o conjunto ganhou melhores músicos e passou a integrar também teclas (órgão em palco, órgão e piano em disco). Aumentou-se a complexidade dos arranjos. Subiram a qualidade musical e o cachê. Mas o grupo manteve-se sempre ligado à vida académica, sendo que, já no passado, tinha acompanhado em várias digressões o Coro Misto e o Orfeon Académico. E sempre terminava as actuações com I saw her standing there, tal como o Orfeon as terminava com o Amen, até ao dia em que tocámos pela última vez, talvez em Abril de 1969, num baile que não ficou na memória de ninguém. Era suposto que o conjunto terminasse em beleza na Queima das Fitas mas nesse ano não houve Queima e foi cada um à sua vida sem qualquer despedida, que os exames vinham a caminho e a profissão de músico não estava nos nossos horizontes.
No meio de tanta gente aqui citada, alguns deles músicos de primeira água, muito poucos foram os que se profissionalizaram. Que eu saiba, apenas António Portela, José Cid, Nelson Martins, Luís Romão e Luís Monteiro. É certo que, na altura, não era fácil viver da música. Mas, claramente, os objectivos pessoais não passavam por aí... e por alguma razão estes grupos se denominavam «conjuntos académicos».
Que me perdoem os leitores, um texto que saiu mais extenso do que o habitual. Mas a morte inesperada do Zé Niza lembrou-me que outros companheiros se foram embora já. Alguns deles, porventura, sem uma palavra escrita que ficasse a recordar a sua passagem pela música que também e (tão bem) se fazia em Coimbra, pois que nem só o fado e a balada por lá se tocavam e cantavam. Foi a pensar em quantos me acompanharam e, em especial, na memória dos que nesta data já partiram, que a crónica de hoje foi escrita.
Um abraço para todos eles. E a saudade que nos deixam o Zé Niza, o Rui Ressurreição, o Manecas, o Luís Requixa, o Joca Colaço, o Nando e o Ciríaco.
Na foto, a partir da esquerda: Carlos Correia, Tonã Vieira Lima, Alexandre Reboxo Vaz, Victor Ferreira e Luís Manuel Matos (Manecas).
Concorreram ao Concurso Yé-Yé do Teatro Monumental, em Lisboa, tendo ganho a 11.ª eliminatória em Nov/65. Um dos temas que mais gostava de os ouvir interpretar era o She's not there dos Zombies.
A malta dos Boys vivia na Cumeada, tal como eu. Ainda no liceu, sonhávamos com a possibilidade de vir a tocar em público. Numa bela noite, pelas fogueiras do S. João, ainda não havia Álamos nem Boys nem o mais que fosse, dei comigo a tocar meia dúzia de músicas com o Manecas, o Tonã e o Victor Ferreira num assim chamado "baile de sopeiras", no campo de basket dos Olivais, de onde só não fomos corridos porque, no meio da refrega corpo-a-corpo, a música era o que menos interessava a quem se espremia na pista (e as falhas de ritmo até deviam dar jeito). Tocámos então com os instrumentos do conjunto de serviço – Ilídio Martins – que era o melhor conjunto futrica de Coimbra. Foi a primeira vez que agarrei numa guitarra eléctrica e que o Tonã se sentou numa bateria, pois que, até então, eu só tocara na minha velha viola de cravelhas de madeira e ele só batera baquetas num caixote de tabuinhas.
Voltando aos Boys, de 66 para 67 o grupo apareceu transfigurado em Hi-Fi, a tocar de forma muito "profissional", com novo baterista – Tó Freitas – e a novidade de ter como vocalista uma rapariga – Ana Maria Delgado – coisa nunca vista no meio dos conjuntos yé-yé. Gravaram, então, um 45 rotações com 4 faixas – todas em inglês, como não podia deixar de ser – disco que teve a colaboração do Rui Ressurreição (órgão, piano e arranjos) e que ficou muito bom. Entretanto, saiu a Ana Maria, e o Luís Monteiro tomou o lugar do Tó Freitas, passando o Boris e o Luís Monteiro a assumir as principais despesas do naipe de vozes. Antes de se dissolverem, ainda gravaram um segundo EP.
Capa do primeiro EP, Parlaphone LMEP 1271 -1967 com "I call your name", "Back from the shore", "Three days of my lyfe" e "Words of a mad". A partir da esquerda, Boris (Carlos Correia), Ana Maria Delgado, Manecas (Luís Manuel Matos), Tó Freitas e Xana Reboxo Vaz.
E os conjuntos académicos dos anos 60 foram-se dissolvendo um após outro, à medida que os músicos iam acabando os seus cursos – ou eram chamados para a tropa – e a dança se transferia dos salões de baile, do Bar das Medicinas e dos ginásios de liceu para as boîtes e discotecas.
Os Álamos foram os mais tenazes, conseguindo viver 7 anos, tantos quantos eram necessários para terminar um curso de engenharia (6) com direito a mais 1 para os descontos. Nos últimos anos, o conjunto tinha elementos a estudar em Coimbra, Porto e Lisboa. Só dois se mantiveram desde a fundação até ao final (Luís Colaço e Zé Veloso). As baixas dos que saíam eram colmatadas com os melhores elementos dos grupos em extinção: entraram o Rui Ressurreição da Ligeira do Orfeão / Clube de Jazz, o Tózé Albuquerque dos Scoubidous, o Luizinho Monteiro, que tinha passado pelos Lordes, Pops e Hi-Fi, e o Boris dos Boys / Hi-Fi – um filho pródigo, pois se tinha iniciado nos Álamos em 63/64 – que veio cumprir o duplo papel de solista na guitarra e na voz. Foi nessa altura que gravaram dois singles, num total de quatro faixas.
Capa do single Sonoplay SN 20.191 -1969 com "It's a new day" e "Stop that game". A partir da esquerda, Luís Colaço, Rui Ressurreição, Zé Pereira, Boris (Carlos Correia), Zé Veloso e Tózé Albuquerque.
Com as novas entradas, o conjunto ganhou melhores músicos e passou a integrar também teclas (órgão em palco, órgão e piano em disco). Aumentou-se a complexidade dos arranjos. Subiram a qualidade musical e o cachê. Mas o grupo manteve-se sempre ligado à vida académica, sendo que, já no passado, tinha acompanhado em várias digressões o Coro Misto e o Orfeon Académico. E sempre terminava as actuações com I saw her standing there, tal como o Orfeon as terminava com o Amen, até ao dia em que tocámos pela última vez, talvez em Abril de 1969, num baile que não ficou na memória de ninguém. Era suposto que o conjunto terminasse em beleza na Queima das Fitas mas nesse ano não houve Queima e foi cada um à sua vida sem qualquer despedida, que os exames vinham a caminho e a profissão de músico não estava nos nossos horizontes.
No meio de tanta gente aqui citada, alguns deles músicos de primeira água, muito poucos foram os que se profissionalizaram. Que eu saiba, apenas António Portela, José Cid, Nelson Martins, Luís Romão e Luís Monteiro. É certo que, na altura, não era fácil viver da música. Mas, claramente, os objectivos pessoais não passavam por aí... e por alguma razão estes grupos se denominavam «conjuntos académicos».
Que me perdoem os leitores, um texto que saiu mais extenso do que o habitual. Mas a morte inesperada do Zé Niza lembrou-me que outros companheiros se foram embora já. Alguns deles, porventura, sem uma palavra escrita que ficasse a recordar a sua passagem pela música que também e (tão bem) se fazia em Coimbra, pois que nem só o fado e a balada por lá se tocavam e cantavam. Foi a pensar em quantos me acompanharam e, em especial, na memória dos que nesta data já partiram, que a crónica de hoje foi escrita.
Um abraço para todos eles. E a saudade que nos deixam o Zé Niza, o Rui Ressurreição, o Manecas, o Luís Requixa, o Joca Colaço, o Nando e o Ciríaco.
Zé Veloso
NOTA: Esta crónica foi escrita inicialmente em 7 de Outubro de 2011, apenas com os dados que possuía de memória. Em Agosto de 2016, sem nada alterar ao espírito do escrito inicial, entendi dever completá-lo com dados entretanto recolhidos, quer sobre conjuntos que no texto anterior estavam em falta quer sobre nomes de músicos e outros detalhes que não tinham sido referidos ou que não estavam correctos.
Origem das fotografias:
NOTA: Esta crónica foi escrita inicialmente em 7 de Outubro de 2011, apenas com os dados que possuía de memória. Em Agosto de 2016, sem nada alterar ao espírito do escrito inicial, entendi dever completá-lo com dados entretanto recolhidos, quer sobre conjuntos que no texto anterior estavam em falta quer sobre nomes de músicos e outros detalhes que não tinham sido referidos ou que não estavam correctos.
Origem das fotografias:
José Niza - internet
Orquestra Ligeira do Orfeon Académico de Coimbra, Babies, Protões, Pops e Boys - blogue IÉ-IÉ (guedelhudos.blogspot.com)
Tigres - Frias Gonçalves
Nelson Martins e seu Conjunto - Frias Gonçalves e Marinela St. Aubyn
Scoubidous - Júlio Maia
Lordes - José Eduardo Costa
Álamos - acervo dos Álamos
Orquestra Ligeira do Orfeon Académico de Coimbra, Babies, Protões, Pops e Boys - blogue IÉ-IÉ (guedelhudos.blogspot.com)
Tigres - Frias Gonçalves
Nelson Martins e seu Conjunto - Frias Gonçalves e Marinela St. Aubyn
Scoubidous - Júlio Maia
Lordes - José Eduardo Costa
Álamos - acervo dos Álamos
Gostei muito. Parabéns, Zé Veloso. O Zé Niza e os outros merecem a homenagem.
ResponderEliminarChamo a atenção para"...até ao dia em que tocámos pela última vez, na Queima de 69." Não me parece possível porque não houve Queima em 1969. Foi o ano da greve às aulas, a partir de 17 de Abril, seguida de stop à Queima e, a partir de Junho, greve aos exames.
Alice
Alice,
ResponderEliminarObrigado pela tua perspicácia. Tens toda a razão.
Os álamos extinguiram-se, em data que não sei precisar, no final do ano lectivo de 68/69. A alusão à Queima Foi um erro de simpatia, dado que sempre tocámos nas Queimas e essa costumava ser a última actuação do ano, salvo se houvesse digressão durante as férias grandes. Vou de imediato corrigir o texto original.
Parabéns Zé por mais este escrito e obrigado pejas tuas memórias onde, apesar da minha precoce saída de Coimbra, ainda recordo muitos nomes.
ResponderEliminarE por falar de memórias ainda me lembro de te ter ensinado a 1ª, a 2ª e a 3ª do "lá menor" com que tocaste pela primeira vês o "hó Rosa vem à janela...".
Um abraço
Manel Veloso
Manel,
ResponderEliminarEnsinaste… e parece que ensinaste bem. A 3.ª de lá menor era lixada para os meus dedos curtos.
Quanto à cantiga popular, julgo que não seria "Rosa" mas sim "Bela":
"Ó Bela vem à janela / Ó Bela vem ao postigo / Minha mãe deitou-me à rua / E eu quero casar contigo".
Um abraço
Zé Luís
Veloso: Tenho presente a tua euforia quando, no nosso carro da queima das fitas em Coimbra (1965), anunciavas que um disco dos Alamos tinha saído .
ResponderEliminarAbraços
Al. Casais
Amigo Casais,
ResponderEliminarO disco tinha uma música que se chamava "O comboio"…
… E o que era o nosso carro da Queima? Uma máquina a vapor!
Coincidência dos diabos... dir-se-ia que o nosso carro estava a puxar pelos Álamos!
E também pelos “Scoubidous” pois que julgo que o António Santos Andrade também era do nosso carro.
Daqui Luís Colaço!
ResponderEliminarGrande amigo Zé, o teu post está excelente, não podia estar melhor! Já nem me lembrava de tantos "conjuntos" que citaste, em especial os Babies e os Protões. Gostei também bastante que tivesses dado um ênfase especial à importância que o Zé Niza teve na nossa vida, tanto pessoal como musical nos "Álamos". Graças a ele aprendi a tocar aquelas bossa-novas com difíceis acordes dissonantes como a Garota do Ipanema, Samba duma Nota Só, Desafinado, Pato, etc. que me ajudaram a ganhar algum dinheirito em Paris nos anos 70, cantando nas esplanadas da Place Saint Michel para poder pagar os estudos e terminar o último ano de Engenharia. Tinha saído de Portugal à coelho (como se dizia na época), exclusivamente graças ao apoio do Zeca Afonso , com quem tinha acabado de gravar o disco Traz Outro Amigo Também. Reparto contigo a saudade de outros estudantes/músicos de Coimbra do nosso tempo e que já não estão entre nós, como o meu irmão Joca, o Luís Requixa, o Manecas, o Rui Ressurreiçaõ e agora o Zé Niza. É talvez essa saudade de Coimbra e dos amigos que me empurra a tocar ainda hoje muitas músicas do Shadows, do Bob Dylan, do Donovan e da Joan Baez. É o meu regresso ao convívio são que existia entre nós em Coimbra nos anos 60.
Phil
Viva, Phil!
ResponderEliminarForam, de facto, tempos inesquecíveis. E foi uma actividade que nos deixou amigos, uma terrível endurance para a vida e uns cobres que, também no meu caso, me permitiram, a partir de certa altura, custear inteiramente os estudos.
Daqui Luís Colaço
ResponderEliminarÉ verdade, a nossa vida nos "Álamos" deu-nos uma ajuda preciosa para custear os nossos estudos. E tu como "ministro das finanças" do conjunto foste muito competente, evitaste buracos e/ou ocultações (agora na moda), pagaste sempre a horas as prestações dos equipamentos e dos smokings (ao célebre alfaiate Louro, muito perigoso nas provas), cobraste-nos sempre os "calotes" que metíamos para gozar um pouco a vida, e sempre sobrava o dinheirito para pagar as despesas principais da nossa vida estudantil e completar assim os nossos cursos. Enfim, juntámos o útil ao agradável e mantivémos a nossa amizade durante quase 5 décadas, à qual juntámos as nossa famílias, mulheres, filhos e netos! São os nossos fãs actuais!!!!! Pessoalmente devo isso a Coimbra e ao seu maduro ambiente académico dos anos 60...
Phil
Comentário enviado por Ani Braga:
ResponderEliminarCaro Zé Veloso,
Gostei muito de ler este post, através do qual reavivei a minha memória e recordei alguns dos jovens músicos que apenas conhecia de nome ou de vista, mas com quem não me dava, por se tratarem de universitários, naquela época adultos muito respeitáveis, visto eu ser uns anos mais nova. Lembro-me de entrar timidamente no Mandarim, quando este foi inaugurado, com muito respeito, como se de uma espécie de santuário se tratasse, e de ansiar por ser mais velha para poder circular à vontade por aqueles sítios. Mais tarde, viria a passar longas e preguiçosas tardes por ali. Quanto a outras pessoas que refere, cheguei a cruzar-me com elas e, com algumas convivi até durante algum tempo.
Mas estas são as minhas memórias particulares. O mais importante é que o Zé, através deste texto tão interessante, além de prestar uma merecida homenagem a José Niza, traça a história dos grupos musicais que nasceram e cresceram em Coimbra entre os anos 60 e 70, caracterizando-os e fornecendo informações importantes e curiosas que a maioria das pessoas desconhece. Estou certa de que todos aqueles que passaram por Coimbra naquela época se lembrarão destes grupos e, tal como eu, muito apreciarão a leitura do seu texto.
Obrigada por me ter proporcionado esta viagem no tempo.
Ani Braga
Ani,
ResponderEliminarO seu interessante comentário põe em evidência a diferença de estatuto entre o Bicho e o simples Caloiro. Passar a Porta Férrea adentro, de pleno direito, entrar no Mandarim e subir aquelas escadas marotas (nunca antes vistas em Coimbra!) sem espelho entre os degraus, com mesas por debaixo a espreitar para cima (ainda que nada se visse para além de meia canela da perna)… Quando o Mandarim foi inaugurado, poucas raparigas se aventuravam a subi-las.
Na crónica, pouco espaço dediquei aos conjuntos da sua geração (Pops, por exemplo) porque devido à diferença etária são conjuntos com que me cruzei menos e que, portanto, menos retive na memória. Esta crónica, para além dos objectivos que nela deixei expressos, permitiu-me reviver aqueles tempos e aquelas amizades e, dessa forma, enxotar os diabinhos que dançam à nossa volta de cada vez que mais um dos nossos deixa o mundo dos vivos.
Zé Veloso
Li com interesse o seu artigo sobre os conjuntos académicos dos anos 60, que conheci muito bem. Muito humildemente, gostaria de acrescentar mais alguma história, se bem que não consiga recordar bem os nomes de todos os elementos dos grupos de que vou falar.
ResponderEliminarNos anos 60, a Tuna Académica tinha um grupo de música ligeira, cujo acordeonista era o Humberto Matias e ele poderá recordar os nomes dos restantes elementos. Eu lembro-me porque fui acordeonista da Tuna nessa altura. Tocava essencialmente na orquetrs de tangos. Entrei com 16 anos e apenas me mantive dois, apesar de ter sido muitíssimo bem tratada pelos meus colegas. Com alguma pena transferi-me para o Orfeon Misto, com o qual tinha mais liberdade de poder sair nas digressões, uma vez que havia outras raparigas, o que não sucedia na Tuna que era exclusivamente masculina, até à minha entrada.
No Orfeão Misto integrei a orquestra ligeira com o Francisco Brito, o Zé Maria(?) que tocava guitarra eléctrica, o Zé Luís (?), contrabaixo...e o resto só perguntando ao Chico Brito. Estes conjuntos também abrilhantaram muitas festas, saraus e bailes dos estudantes e, nessa altura, éramos tão poucos que nos conecíamos todos.
Um outro grupo a que pertenci foi ao "conjunto de Nelson Martins". O Nelson era pianista (e muito bom), eu era a acordeonista, o Frias Gonçalves o guitarra eléctrica, o Zé Pereira (de Medicina) o baterista e o Humberto Cordeiro (de Letras) o vocalista. Ainda tivemos por uns tempos como baterista o Braga da Cruz (hoje jornalista e repórter).
Em muitos bailes, sobretudo nos do bar de Medicina, actuavam três conjuntos: a Orquestra Ligeira do Orfeão, com Cid, Carlos Ressurreição, Zé Niza, Caixeiro, Portela (algumas vezes)e Proença de Crvalho; os Scoubidous, com "Julinho", meu amigo e vizinho...não recordo os outros nomes; o conjunto de Nelson Martins, a que eu pertenci. Muitas horas de actuação somei nessas festas. Sei que tínhamos mais de cem temas no reportório. É claro que não tivemos um tempo de existência muito longo, até porque eu parei com esta actividade para me dedicar a cem por cento ao curso, mas existimos, trabalhámos muito, apesar de não termos deixado registos.
Se quiser confirmar tudo o que disse e completar com mais dados, poderá porguntar ao Humberto Matias, ao Chico Brito e ao Frias Gonçalves.
Parabéns pelo seu blogue que gosto muito de visitar.
Saudações académicas...e musicais,
Marinela St. Aubyn
Cara Marinela St. Aubyn,
ResponderEliminarFoi com muito gosto que li o seu comentário. Obrigado. Ele permitiu que não ficassem esquecidos outros nomes importantes que faltavam nesta história dos conjuntos académicos da Coimbra de 60.
Como tive ocasião de escrever no post, ele foi escrito a pensar em todos aqueles com que me cruzei nas lides musicais, o que nunca aconteceu com o(s) conjunto(s) onde a Marinela tocou. Eu comecei a tocar com os Álamos e a frequentar os bailes das Faculdades no meu ano de caloiro (62/63), e o universo de que me recordo e com que me cruzei é aquele que retrato no post.
Mas lembro-me bem do seu nome, pois que o segundo baterista dos Álamos – entrou em Fev 65 em substituição do Nuno Figueiredo quando este foi para o Técnico – era o Zé Pereira de Medicina, que me lembro de se dizer que tinha tocado “no conjunto da Marinela”, o qual, pelos vistos, seria o “Conjunto do Nelson Martins”.
Há nomes de que fala e dos quais não me recordo: Zé Maria, Zé Luís, Humberto Matias, Frias Gonçalves. O mesmo se passa com o Nelson Martins, ainda que este nome que me esteja no subconsciente. Quanto ao Chico Brito, fomos colegas no Orfeão Académico de Coimbra e tenho a vaga ideia, mas não a certeza, de o ver tocar com o Braga da Cruz, porventura nos Ali-bá-bás. Todos os demais que refere no seu comentário se cruzaram comigo e, por isso mesmo, também tive oportunidade de os referir no post.
Há um jornalista que anda coligir informação sobre os conjuntos dos anos 60. Ainda há pouco lhe forneci a história dos Scoubidous, que pedi ao Júlio Maia. Vou colocá-lo ao corrente destas novas informações.
Falando agora dos conjuntos dos organismos académicos, assunto que o seu comentário também aborda, eles foram sendo substituídos pelos conjuntos académicos autónomos. Assim, os Scoubidous passaram a acompanhar a Tuna das suas digressões. E os Álamos acompanharam primeiro o Coro Misto e, posteriormente, o Orfeão Académico. Com o Coro Misto chegámos a ter uma relação muito forte; e foi a partir daí que passámos a ensaiar numa sala da AAC, onde nos mantivemos até ao dissolver do conjunto.
Um abraço,
Zé Veloso
Caro Zé Veloso
ResponderEliminarA homenagem a José Niza é mais do que justa. Foi uma figura impar na música portuguesa e que, no seu tempo de Coimbra, juntamente com Daniel Proença, Ressureição, Zé Cid, Portela e Caixeiro, fizeram estimular o aparecimento posterior de muitos outros conjuntos dos quais se destaca naturalmente os Álamos.
Naquele tempo em que nem havia telemóveis os encontros e desencontros andavam um pouco ao sabor da nossa partida para a tropa. Por isso não nos cruzámos (fui para a tropa em 63) e o que vou relatar é um pouco anterior à sua chegada a Coimbra.
Nos anos 60/61/62 existiu o conjunto “Os Tigres” que teve diversas atuações em bailes de finalistas, de faculdades, etc. Era composto pelo Amândio Cruz no piano, Frias Gonçalves na viola, Simões no acordeão, Zé Carlos na bateria e eu, Abílio Soares, no contrabaixo. O primeiro baile que fizemos foi o da Alliance Française no Grande Hotel da Figueira da Foz e, se bem me lembro, teríamos ensaiado à volta de vinte músicas, foi uma aventura, mas acabou por correr tão bem que tivemos logo um convite para o fim de ano nos Caras Direitas.
O nosso amplificador era um Geloso e os micros foram adquiridos no A.B. Duarte.
No ano de 62/63 ainda existiu “Os Beatnicks”, que nesse ano teve algumas atuações nomeadamente no Hotel Avenida. Era composto pelo Ferraz no piano, eu no contrabaixo, na bateria já me não recordo quem era, e Rui Pato na viola. Julgo que foi a única aventura do Rui Pato pela música ligeira, passando pouco depois a acompanhar Zeca Afonso como é sabido.
Num comentário anterior a Marinela fala do Nelson Martins que conheci bem. Era um bom pianista, muito certinho. Já não sei porquê mas lembro-me de ter tocado com ele uma vez num conjunto formado por piano, contrabaixo e bateria. Ensaiamos na sua casa que ficava, se me não engano, numa travessa da Rua António José de Almeida.
Estas são mais umas achegas para esta compilação de conjuntos académicos de Coimbra.
Gostei do blogue que vou começar a visitar.
Um abraço
Abílio Soares
Caro Abílio Soares,
ResponderEliminarBem-vindo ao “Penedo d@ Saudade”! É bom ver que a malta da música aparece!
Dos Tigres não me recordo, nessa altura andava eu pelo Liceu. Mas o nome Beatniks toca-me uma remota campainha.
Quanto aos nomes da malta… só me lembro do Frias e do Rui Pato, ainda que o nome Ferraz me não seja estranho. Quem era o Zé Carlos? Era o Zé Carlos Nascimento Costa? Se sim, os Álamos compraram-lhe a bateria no final de 62… é aquela que está na fotografia dos Álamos que discutimos na página do Rui Pato…
Essa história da aventura e êxito do primeiro baile dos Tigres lembra-me o primeiro baile dos Álamos. Foi no salão da FNAT, por detrás do hotel Bragança. Era o baile do 1.º ano ou 2.º ano de Letras. Também íamos presos por arames. Na altura não tínhamos ainda uma guitarra-baixo, pelo que eu tocava numa guitarra de 6 cordas, utilizando apenas os bordões. O cachet foram 500$00 mas o êxito foi tal que, tendo sobrado dinheiro, a Comissão resolveu pagar-nos 800$00.
Um abraço,
Zé Veloso
Caro Zé Veloso
ResponderEliminarParece que afinal ainda há mais para contar e descobrir.
Acerca do comentário do Abílio, tenho uma ligeira dúvida. É que me lembrei que eu “existi” no conjunto de Nelson Martins até mais ou menos ao verão de 1963. Também me lembro que tocámos na passagem de ano duas vezes no Clube (?) em Aveiro. Lembro-me bem, porque encontrei lá o Carlos Candal, já formado, claro, e um primo direito meu e meu padrinho que era pediatra em Aveiro. Ora essas passagens de ano só podem ter sido em Dezembro de 1961 e 1962. Sendo assim, o Frias Gonçalves não podia pertencer aos dois grupos nessa altura…ou pertenceu antes, ou depois.
Sobre o Nelson Martins, como já referi, fiquei com a melhor das impressões. Extremamente rigoroso, era aluno do Conservatório de Música de Coimbra e julgo que todos aprendemos muito com ele. Sei que foi para Lisboa e que aí tocou em muitos sítios, mas não sei precisar mais. O Frias tocava muito bem guitarra eléctrica. Aliás, ainda hoje é um bom intérprete, sobretudo, de fado de Coimbra e tem o seu próprio estúdio onde faz as suas gravações e as de outros.
É curioso que me lembro de termos tocado no Hotel Avenida, salvo erro, num Carnaval. Tenho uma vaga ideia desses “Beatnicks” que, segundo o Abílio, terão tocado também no Teatro Avenida em 1962 e com Rui Pato na viola. Como é que numa terra tão pequena, num período tão curto da nossa existência, nunca nos cruzámos!
Um abraço,
Marinela St. Aubyn
Caros Marinela e Zé Veloso,
ResponderEliminarMarinela, se a memória me não engana o Frias tocou nos Tigres em 6O/61 e 61/62 considerando estes anos como letivos. Foi com os Tigres que o Frias começou a tocar viola elétrica. Não sei se ainda vive próximo de Montemor-o-Velho, não tenho o contacto dele mas só ele poderá confirmar o seu percurso. Parece-me que passou a dedicar-se à guitarra e ao Fado de Coimbra. Será que estamos a falar do mesmo Frias? Este morava para os lados do Tovim.
Foi depois da Verbena da Queima que se realizou no Botânico, no ano em que veio à Queima um conjunto espanhol muito em voga na altura (59/60?) mas de que não recordo o nome, que duma conversa com o Amândio, nasceu o entusiasmo de criarmos um conjunto e que resultou nos Tigres.
Os Beatniks não atuaram no Teatro Avenida mas sim no Hotel Avenida, em finais de 62 ou em 63. A duração dos Beatniks foi curta, 62/63 considerando como ano letivo.
Marinela lembro-me de a ver tocar no conjunto do Nelson e julgo que morava na Rua do Brasil. Mas a vida é assim mesmo e, apesar da cidade ser pequena, quantos de nós nos desencontrámos...
Zé Veloso, o Zé Carlos parece-me que não é o mesmo que refere (ou será?), não me lembro do sobrenome, sei que o pai era professor no Liceu D. João III.
Um abraço
Abílio
Caro Abílio,
ResponderEliminarDeverá ser o mesmo, pois que o Dr. Nascimento Costa era professor do D. João III, salvo erro professor de Desenho, nos idos de 50 e talvez 60.
Um abraço,
Zé Veloso
Caro Abílo
ResponderEliminarNo site do Frias, as suas notas biográficas começam assim:
"Frias Gonçalves, é natural de Coimbra, freguesia de Sé Nova,onde nasceu em Abril de 1942.Frequentou o Liceu D.João III acabando por desistir de estudar.Aprendeu guitarra por si em 1958, mas a dedilhação foi-lhe ensinada pelo malogrado Victor do Carmo..."
Pode consultar em
http://www.guitarradascoimbrafg.com/
É provável que haja aqui uma diferença de meses nas nossas lembranças. No entanto, enviei uma foto ao Zé Veloso, em que o Frias está com o Nelson, ainda antes da minha entrada. Sabendo a data dessa foto, ficaremos esclarecidos. Mas seria necessário perguntar ao próprio Frias ou ao Zé Pereira.
(Na minha nota anterior queria dizer Hotel Avenida em vez de Teatro Avenida.)
Um abraço,
Marinela
Caros Marinela e Zé Veloso
ResponderEliminarAcabei de falar com o Frias, que me telefonou, e quanto a datas ficamos na mesma, pois não tem presente os anos da existência dos conjuntos que se pretendiam confirmar.
Como diz a Marinela, poderá haver aqui uma diferença de alguns meses, pois a idade não perdoa e o tempo decorrido já não o permite garantir em absoluto.
Quanto ao Zé Carlos acabei de confirmar que é o mesmo, o que vos vendeu a bateria. Foi triste ter sabido que já faleceu.
Só agora reparei, o nosso acordeonista era o António Oliveira Santos e não Simões como por lapso referi.
Um abraço
Abílio
Fui informado telefónicamente pela minha "Polícia de Campo" que o meu nome estava a ser proferido (mas não em vão) num Blogue relacionado com Coimbra, e a sua música dos anos 60.Imediatamente li,gostei,e resolvi dar o meu contributo,como podem vêr abaixo.
ResponderEliminarAssim como existiu aquela senhora que disse que "mais valia ser Raínha uma hora do que Duquesa toda a vida", eu fui um Álamo por um espectáculo. Estávam os Álamos no seu início ,quando estes firmaram um compromisso de irem tocar a uma povoação nos arredores de Coimbra. Tudo bem,mas houve um problema com o Colaço,que ele não podia ir. Não sei se foi um problema de saúde. Como eu em música era um tipo versátil e com um bom poder de improviso,vieram ter comigo para eu o substituir. Não disse que não, e lá fomos.Já não me lembro se chegámos a ensaiar,mas antes de começar o show um jovem do grupo veio ter comigo e disse-me,que se alguém perguntasse o nome do grupo,para eu não dizer. Eu diria só que o grupo ainda não tinha nome. Eu fiquei "passado",pois se tinham vindo ter comigo,era porque eu tinha competência para tal,mas ao mesmo tempo receavam que eu denegrisse o bom nome do Grupo. Bem,se isso tivesse acontecido tempos depois,eu nem sequer tinha começado a tocar,mas como na altura eu ainda era "um bom rapaz" aderi e mostrei como era. Correu tudo bem.Até parecia que eu estava no grupo desde a sua formação.
Nunca mais vi ninguém,a não ser um elemento em Lisboa,na Casa dos Açôres,quando, com o meu grupo de fados fomos lá tocar à tomada de posse de um Ministro. Já não me lembro quem ele era,mas suponho que tinha pronúncia açoreana. Estivémos um bocado a falar,pois eu conhecia aquela cara não sei de onde. Ele então identificou-se como sendo um ex elemento dos Álamos.
Felicidades para o Blogue.
FRIAS GONÇALVES
Marinela e Abílio,
ResponderEliminarFalei ao princípio da tarde com o Frias. Está com dificuldades em fazer entrar os seus comentários no blogue. Mas as coisas devem estar a resolver-se.
Quanto ao Zé Carlos Nascimento Costa, com quem quase nada privei, foi pena ter sabido que já faleceu.
Que toda esta conversa sirva também para fazer com que as pessoas se reencontrem antes que seja tarde de mais.
Um abraço,
Zé Veloso
Dúvidas
ResponderEliminarAlgumas dúvidas que hesistem no Blogue, eu vou esclarecer.
Ferráz-Moço cabo-verdeano que estudou em Coimbra e que "tocava" (só acompanhamentos) umas coisas de piano. Vim a encontrá-lo na Tap onde ele era Comandante de avião.Mais tarde fui informado por um ex colega meu de trabalho que também era Comandante,que o Ferráz se tinha formado em Direito.
José Carlos- Era o baterista dos Tigres.Fui informado pelo Santos (acordeon dos Tigres)que ele tinha tido em Lisboa um grupo de Jazz,mas que já tinha falecido.Suponho que o pai dele era professor no D.João III talvêz de Desenho,se não estou em erro.
Parece que não há mais dúvidas.
FG
Abraços musicais e Bloguísticos.
FG
E Viva o Google Chrome.Já estava quase doido (se é que já não estou........)
ResponderEliminarFrias
Li algures no Blogue que fulano (suponho que baterista) começou a usar uns óculos escuros muito estreitos,como tendo sido ele o autor da moda.
ResponderEliminarNão foi ele o autor. Foi o baterista do Conjunto Académico do Porto "Tóni Hernandes". Esse tipo é que começou a usar esses óculos na TV, aquando das actuações do conjunto.
FG
Caro Frias,
ResponderEliminarBem-vindo ao Penedo d@ Saudade e obrigado pelos teus comentários. Passaram tantos anos que a memória de todos pode não ser suficiente para que a história fique completa. Aliás, se não fosse a fotografia do vosso conjunto que a Marinela me mandou, só pelo nome - Frias Gonçalves - já não te identificava.
Não me recordo do episódio que referes, na tal povoação nos arredores de Coimbra, mas se tu o contas é porque ele aconteceu mesmo. Estranho apenas que a razão do ocultar do nome do conjunto pudesse ter a ver com algum receio de uma má performance da tua parte. Primeiro, porque nós estávamos a dar os primeiros passos e tu tinhas já os teus créditos de guitarrista firmados; depois, porque se houvesse um compromisso com “Os Álamos”, teriam de ser Os Álamos a dar a cara, mesmo que substituindo algum elemento. Inclino-me mais para que o nome ainda não existisse oficialmente - andámos semanas a discutir várias hipóteses e só nos decidimos em vésperas da primeira apresentação formal, no início de 1963 - ou para que se tratasse de uma actuação em tempo de férias, altura em que algumas vezes se faziam grupos de “marca branca”, com músicos de mais do que um conjunto.
Sobre a piada que faço com os óculos do Zé Tó, baterista dos “Scoubidous” e os do Pedro Abrunhosa, desconhecia que a moda original viesse do baterista do Conjunto Académico do Porto, "Tóni hernandes". Sempre a aprender! Mas nota que o blogue também não atribui a autoria da moda ao Zé Tó...
Um abraço,
Zé Veloso
Hoje resolvi "desenterrar o Machado de Guerra".Fui ao baú das
ResponderEliminarantiguidades e encontrei algumas fotos que podem deslindar certos
acontecimentos.
FOTO 1-Actuação dos Tigres a 4 de Fev.de 1961 no Café Nicola em
Coimbra. Não sei que festa foi esta,com baile,mas sei que foi
organizada pelo Colégio que eu frequentava,o D.João de Castro,que
ficava entre a trazeira da Penitenciária e o Colégio S.Pedro. Da esq.
para a dir. temos: Abilio Soares no contra baixo, o Aroso,já
falecido,cégo e com peneumonia, há 2 anos. Era o técnico de som do
grupo.Foi ele que electrificou a viola,pois ela foi comprada em bruto e
sem estojo,porque não havia dinheiro.Éramos grandes amigos,pois foi
ele que me indicou esta casa onde vivo actualmente. Oliveira Santos
no acordeão. Amândio Cruz no piano. Eu na guitarra eléctrica e na
bateria o José Carlos,também já falecido.
FOTO 2- A malta do D.João de Castro,mais o Director,o Dr. Queirós.
FOTO 3- Agora já no Conjunto do Nelson Martins, num baile nas
Patélas,Conchada. Na 3 está na bateria o Zé Pereira e na 4 o Braga da
Cruz. O vocalista era o Humberto Cordeiro.
FOTO 5-Actuação no Bar da Faculdade de Medicina em parceria com
o conjunto do Cabeleira.Também tocava o irmão dele que era um puto
muito pequenino.Ou tocava guitarra eléctrca ou nesse pequeno
vibrafóne,que mais parace um brinquedo de criança. A viola em que
eu estou a tocar era deles que nos foi emprestada.Aqui temos como
vocalista o Chico ,mais conhecido pelo Xixas. Na bateria está o Zé
Pereira.
FOTO 6- O Conjunto mais o Cantor Max,num pavilhão ao fundo do
Parque,ou pela Queima das Fitas,ou pelas Festas da Raínha Santa.
E é tudo.
Frias Gonçalves
COMENTÁRIO RENOVADO
ResponderEliminarPedimos desculpa aos nossos leitores, o transtorno causado,pelo facto de o texto ainda não ter fotos. Para as vêr,seleccionar o Link,copiar e colar no Browse.
Hoje resolvi "desenterrar o Machado de Guerra".Fui ao baú das antiguidades e encontrei algumas fotos que podem deslindar certos acontecimentos.
FOTO 1- https://docs.google.com/document/d/1NN1x9tJerAzESAFaw0CESMdzgbjzz5i-KZouQjeWN6o/edit?hl=en_US ----------Actuação dos Tigres a 4 de Fev.de 1961 no Café Nicola em Coimbra. Não sei que festa foi esta,com baile,mas sei que foi organizada pelo Colégio que eu frequentava,o D.João de Castro,que ficava entre a trazeira da Penitenciária e o Colégio S.Pedro. Da esq. para a dir. temos: Abilio Soares no contra baixo, o Aroso,já falecido,cégo e com peneumonia, há 2 anos. Era o técnico de som do grupo.Foi ele que electrificou a viola,pois ela foi comprada em bruto e sem estojo,porque não havia dinheiro.Éramos grandes amigos,pois foi ele que me indicou esta casa onde vivo actualmente. Oliveira Santos no acordeão. Amândio Cruz no piano. Eu na guitarra eléctrica e na bateria o José Carlos,também já falecido.
FOTO 2-
https://docs.google.com/document/d/1A7Ful7OxmU7IRS92C2gMR3RX6qycYXJhzrlJ_u26X4I/edit?hl=en_US ---------A malta do D.João de Castro,mais o Director,o Dr. Queirós.
FOTO 3-
https://docs.google.com/document/d/18mGOrj3WO3urjAzafEDeEmXvhCGT8JpV5PP_ZGAEIao/edit?hl=en_US FOTO 4-
https://docs.google.com/document/d/19iyhiXOARt98DBXtchVbW5njGDJiM3g_Raxh8AM2m1E/edit?hl=en_US
---------Agora já no Conjunto do Nelson Martins, num baile nas Patélas,Conchada. Na 3 está na bateria o Zé Pereira e na 4 o Braga da Cruz. O vocalista era o Humberto Cordeiro.
FOTO 5-
https://docs.google.com/document/d/1xbMSqYi6BaN4lG5YusWfnzGZ7ko6f9SRir3ULMQHZK0/edit?hl=en_US ---------Actuação no Bar da Faculdade de Medicina em parceria com o conjunto do Cabeleira.Também tocava o irmão dele que era um puto muito pequenino.Ou tocava guitarra eléctrica ou nesse pequeno vibrafóne,que mais parace um brinquedo de criança. A viola em que eu estou a tocar era deles que nos foi emprestada.Aqui temos como vocalista o Chico ,mais conhecido pelo Xixas. Na bateria está o Zé Pereira.
FOTO 6-
https://docs.google.com/document/d/19GxlaJT0CujWnrqJBhhXZxq8KLocUgBzosZlWoDCrlc/edit?hl=en_US
---------Conjunto mais o Cantor Max,num pavilhão ao fundo do Parque,ou pela Queima das Fitas,ou pelas Festas da Raínha Santa.
E é tudo.
Frias Gonçalves
Tomei conhecimento hoje, via MARINELA, deste blog cheio de interesse e com muita saudade à mistura.
ResponderEliminarOuso recordar três nomes que participaram neste TEMPO MUSICAL: CAVADAS (viola de Cantanhede, já falecido), VITOR FERREIRA vocalista e ZÉ NEVES acordeonista.
Se me lembrar poderei indicar outros participantes em jornadas magnificas de música e, sobretudo, salutar convivio.
Deixo o meu contacto: abragadacruz@gmail.com.
Para TODOS um grande abraço MUSICAL (desafinado...)
Caro Braga da Cruz,
ResponderEliminarJulgo que estou a falar com o Braga da Cruz dos Ali-bá-bás... Certo?
Muito gosto em ver-te por cá.
Não me recordo do Cavadas. Quanto ao Vitor Ferreira, recordo-me dele a cantar nos Boys (e ainda antes disso); foi nessa qualidade que o referi no post. Zé Neves acordeonista... será o da orquestra de tangos da Tuna? Somos amigos desde os tempos da Faculdade de Engenharia no Porto, tendo andado na mesma República. Tenho reminiscências de que o Chico Brito tocaria também acordeon num conjunto... e até o ligava aos Ali-bá-bás.
Obrigado pelo endereço. Vou-te contactar.
Uma abraço,
Zé Veloso
Grato pela pronta resposta.
EliminarÉ verdade. Tudo começou nos ALYBABA.
Mais algumas notas:
Integraram os SCOUBIDUS os irmãos ANDRADE e o ALBUQUERQUE.
Tive um outro conjunto "BRAGA DA CRUZ" que teve a colaboração do IVO, ARAGÃO, MARINHEIRO e VITOR FERREIRA.
Se julgares útil, quando a memória "quizer", adiantarei mais alguns nomes...
Um abraço
Caro Zé Veloso,
ResponderEliminarParece que estamos com dificuldade em encontrar quem confirme ou rectifique o período de existência do conjunto de Nelson Martins. Felizmente que foi feita referência a duas fotos tiradas durante actuações do conjunto, com destaque para os nomes dos bateristas José Pereira e Braga da Cruz e do vocalista Humberto Cordeiro, o que valida parte das minhas informações. Já temo que, na remota hipótese de conseguirmos contactar o Nelson, depois de tanto tempo passado, também já não nos sirva de grande ajuda. É bem verdade que um dos nossos maiores inimigos é mesmo o tempo!
Tentarei, apesar de ter encontrado pouco eco e de também sofrer os efeitos do tempo, afinar melhor as minhas lembranças para que (mesmo) uma efémera história do nosso grupo possa ter um pequenino espaço nesse universo dos conjuntos musicais de Coimbra dos anos sessenta.
Um abraço,
Marinela
Não sabia que o Braga da Cruz também já botava faladura nestas lides.Então o Cavadas já morreu?Conheci-o em casa do Nelson.Era um puto muito sossegado e muito jóia.Razão têm os brasileiros;"vaso ruim,não quebra".Quem ainda vai encontrar o Nélson,ainda vou ser eu.Nem que seja agarrado a uma bengala a tocar piano.O Braga da Cruz tinha um baixo eléctrico que era um espanto.Era tão grande,tão grande que a mão esquerda não chegava ás cravelhas para afinar as cordas.Valia uma fortuna.Bem ,vou deixar-vos.Vou à procura do Nélson.
ResponderEliminarAbraços.
Frias
Viva, Frias,
ResponderEliminarEspero que tenhas sucesso. Também eu tenho vindo a encontrar uma série de malta que tocou naquela década marcante dos anos 60 ou até um pouco antes.
Não me recordo do Nelson mas lembro-me do meu irmão, mais velho 2 anos, falar do conjunto do Nelson Martins.
Abraço,
Zé Veloso
Um abraço FRIAS.
ResponderEliminarQuanto ao NELSON MARTINS, pela última informação que me chegou, espero errada, já não terás oportunidade de falar com ele...
Aparece, ou telefona...
Um abraço
Braga da Cruz
Nota: e o ANTERO PEDROSA que só tocava em MI ?
Fiquei MUITO satisfeito ao ter ontem conhecimento de que os SCOUBIDUS andam a ensaiar.
ResponderEliminarJulgo que o ZÉ VELOSO poderia pensar na realização de um encontro/espectáulo (?) revivalista com VELHOTES disponíveis para recordar velhos tempos...???
Caro Braga do Cruz,
ResponderEliminarEntão vou-te dar mais uma alegria: Os Álamos (até agora apenas o Colaço, o Duarte e eu próprio) já nos encontrámos em Janeiro pp durante um fim-de-semana onde revisitámos uma boa parte do nosso antigo reportório. O facto de o Colaço estar a residir em Angola complica as coisas mas há a ideia de nos juntarmos todos, numa bela manhã de nevoeiro...
Se os ensaios se concretizarem e derem em alguma coisa, talvez um dia haja matéria para um encontro/espectáculo.
Um abraço,
Zé Veloso
E ASSIM SE FEZ!
ResponderEliminarEm Fevereiro de 2013 OS ÁLAMOS deram dois espectáculos em Lisboa, e em Julho desse mesmo ano deram outros dois em Coimbra, onde festejaram com amigos os seus 50 ANOS - 1963/2013.
Zé Veloso
Quase cinco anos passados sobre a edição inicial do post, e depois de lhe ter introduzido já pequenas alterações sugeridas pelos comentários que fui recebendo - quer através do blogue quer por outras vias -, chegou a hora de lhe fazer uma actualização mais completa, ainda que não alterando o espírito do escrito inicial.
ResponderEliminarO post passou, assim, a ficar como ficaria se, na data em que foi escrito, eu tivesse tido tempo de recorrer não apenas à minha memória mas, igualmente, a outras fontes de informação.
Pena tenho que o Abílio Soares e o Frias - que vários comentários aqui deixaram - já cá não estejam para o reler. Aqui lhes deixo um abraço, estejam onde estiverem.
Zé Veloso
Muito gostei de ler este blog e os comentários feitos. Vivi em Coimbra nos anos 60 e acompanhei de perto a vida de alguns conjuntos Yé-Yé. Esta escrita de saudade emocionou-me. Lembro-me bem dos Álamos e da Ana Maria Delgado. Já muitos nos deixaram mas estas recordações alentam os que ficaram
ResponderEliminarObrigado, Isabel, é uma grande recompensa receber o feedback e perceber que a escrita valeu a pena.
EliminarZé Veloso
GRANDE SEHNOR GRANDE MÉDICO GRAMNDE DEMOCRATA,PAZ Á SUA ALMA.
ResponderEliminarobrigada, Zé! Adoro as memórias que o teu blog me traz! e adorei reencontrar a Marinela!
ResponderEliminarVou ficar fã ... aliás , já era… por outras coisas que tu fazes!
Obrigado, Ana, pelo teu comentário.
EliminarSe as memórias são boas são para guardar.
E o Mundo é mesmo muito pequeno; mais tarde ou mais cedo, acabamos por nos ir encontrando uns aos outros.
Zé Veloso