Às zero horas da próxima sexta-feira, ouvidas que forem as doze badaladas na torre da Universidade, arrancará a serenata monumental! Vem aí a Queima! Vai ser um regabofe!
Os caloiros emancipar-se-ão; os semi-putos passarão a putos; os putos a quartanistas (ou candieiros); os grelados queimarão o grelo e soltarão as fitas; os antigos fitados porão cartola; os que já não põem nada terão à espera o posto de veteranos e passarão a guardiões do templo. Há cargos para todos, promoções em barda, toda a gente festeja! É este o segredo da Queima.
Não admira que um jogo destes, em que todos ganham e as medalhas não se esgotam, tenha ressurgido com tanta força depois de uma década de interregno (1969/80) e se tenha espalhado, como rastilho de pólvora, a outras universidades.
É claro que a dimensão dos festejos de hoje é outra. E nem assim poderia deixar de ser, numa Universidade que cresceu em exponencial, numa sociedade de maior abastança e numa época em que o lazer se profissionalizou.
Hoje a Queima tem registo comercial, IVA, contratos milionários, e até um recinto próprio para as "noites do Parque" – o Queimódromo. Transformou-se numa máquina de produzir e comercializar inventos, oleada de ano para ano. Longe vai o tempo em que o parco lucro era oferecido a instituições de beneficência e os prejuízos se cobriam com um baile extra a realizar no Mi-carême do ano seguinte.
Mas se tudo se tem vindo a transformar em comércio e multi-média, porque haveria a Queima de ser diferente? Nos anos 50 e 60 o cartaz da Queima, bem como o selo (que se colava no interior da pasta da praxe) eram distintivos importantes. Sinal dos tempos é eu ter penado dias na internet à procura do dito “cartaz da queima”, enquanto o motor de busca me devolvia sistematicamente, de link para link, o cartaz dos espectáculos no Queimódromo. Aqui ficam os dois para comparação: o do show buzines e o das actividades tradicionais (utilizando a terminologia da Organização), referindo-se ambos ao período de 7 a 14 de Maio.
Só que, tal como nas grandes cidades, hoje temos não apenas a Queima propriamente dita mas também aquilo que me apetece apelidar de Grande Queima, período que chega quase aos dois meses e que abarca uma série de inventos desportivos, lúdicos, culturais, radicais e tudo o mais de que a malta se lembre para fazer esquecer que os exames estão à porta e que a vida são dois dias e que o pouco que de cá se leva é o muito que por cá se goza.
… apesar de no meu tempo ser tudo muito mais modesto: serenata na noite de quinta para sexta, sarau na sexta, baile de gala no sábado, garraiada no domingo, venda da pasta e verbena na segunda, queima do grelo e cortejo na terça, chá dançante na quarta... e ala que se faz tarde e os exames estão à porta!
Naquele tempo nunca questionei o porquê destes festejos. Não era preciso. Eles estavam-me na massa do sangue e o que é endémico não se questiona. Mas hoje, ou porque a cidade deixou de ser eminentemente estudantil ou porque as praxes académicas soam um tanto a falso quando replicadas fora do seu contexto natural, muita gente procura o porquê e a origem destas tradições. E as respostas aparecem, seja em livros, seja em sites, seja até num simples blogue…
Acontece, porém, que o autor deste blogue não tem sobre as origens da Queima uma opinião coincidente com a estória que é contada nos sites oficiais da academia, estória que constava já dos textos introdutórios ao Código da Praxe de 1993 e que, de tanto repetida, tenderá a converter-se da verdade oficial.
Aí se diz que as origens da Queima estão no Centenário da Sebenta, opinião com a qual eu não concordo de todo.
Mas isso fica para depois dos festejos, altura em que vos contarei sobre as origens da Queima uma outra estória, que me parece estar bem mais de acordo com História.
Zé Veloso
Meu caro
ResponderEliminarCom amizade, atento e grato.O teu sentimento desperta o meu, sobre a Queima.Conseguia, nesse tempo, ajustar o meu calendário laboral ao estudantil, cortando nas "borgas" e gozar a época da Queima, com parcimónia q.b.
Recordava,então, as "queimas" no Largo da Feira (morava perto),a que assisti, miúdo, pedindo as plaquetes ao sr. dr., para coleccionar, nunca pensando que, um dia, também seria actor dessa festa
Já deste conta das alterações que o Processo de Bolonha introduziu? Abraço
Caro amigo Zé Veloso(espero que não se importe que o trate por amigo, mas alguém que fala de Coimbra com uma paixão de meter inveja fica automaticamente um amigo) após todo um soberbo texto que deu vontade de ler e depois reler 1 e 2 vezes lamento informa-lo que de toda a tradição do crescimento hierárquico que a Queima ao estudante confere para além de terem acabado com os nomes com história, como os Quartanistas (que agora ou são Candeeiros Fitados ou Bachareis) ou os putos que logo no 3º ano passam logo a candeeiros ou até mesmo os semi-putos que já entram no segundo semestre como Putos. E os Quintanistas nem vê-los, agora são veteranos...
ResponderEliminarSó mesmo apenas as 'bestas' dos caloiros essas continuam a sentir essa mesma mudança e, tendo-o sido este ano é de facto uma noite mágica essa em que passamos a ser aos olhos da solenissima ad semper potentissima praxis estudantes de Coimbra com Capa Negra a adejar. Sendo que no entanto já nem essa mudança se dá na noite da Serenata mas sim ao passar a tribuna de honra no dia do Cortejo, esse mesmo que agora é ao Domingo, bem como a Capa e Batina já pode ser usada por qualquer estudante matriculado na Universidade de Coimbra, felizmente o bom senso vai imperando, só a Pasta da Praxe essa se mantém livre das mãos imundas das bestas, só a usando orgulhasamente aqueles que à Praxe respeitam.
Creio que estas mudanças sejam sinais dos tempos que passam, mas sendo uma mudança não deveria ser necessariamente para melhor?
Assim me despeço com votos de um bom fim de semana.
Um abraço
Meu caro amigo Jimmy: Obrigado pelo seu comentário e parabéns pela força das suas convicções. Ainda bem que temos gente que as vive, que por elas se interessa e que assume as suas opiniões.
ResponderEliminarMas deixe-me dizer-lhe que se há coisa que aprendi depois de ler, analisar e comparar muito do que ao longo dos anos se foi escrevendo sobre as nossas tradições académicas, se há coisa que aprendi foi que nada é imutável e que as tradições fluem e refluem ao sabor das épocas e das conjunturas. Vou dar-lhe um exemplo: Nos passados anos 20 e 30, depois de um período conturbado que se seguiu à instauração da República, a capa e batina chegou a ser usada com colete castanho e gravata às riscas. Grande heresia, claro! Mas entretanto essa tendência para o abandalhamento, que se seguiu à implantação da República, foi corrigida pelos órgãos próprios da Academia. Situações do mesmo tipo se passaram no pós 25 de Abril, por exemplo com o uso de botins com a capa e batina, os quais vieram posteriormente a ser proibidos.
Outra coisa importante a reter é que, se queremos que as tradições sejam vividas e não apenas representadas, elas têm forçosamente que evoluir. Sobre as recentes alterações introduzidas nas hierarquias da praxe, como consequência da entrada em vigor de Bolonha, não conheço o suficiente para sobre elas me pronunciar; mas é evidente que algo teria de ser feito; caso contrário, nada bateria certo.
Finalmente, antes de escrever este post tive o cuidado de ler o que estava nos sites oficiais da academia. Notei e registei as diferenças que refere no seu comentário mas entendo que, no essencial, o “segredo da Queima” a que me refiro se mantém intacto. Todos têm a ganhar naquele período, independentemente do dia e hora específico em que tal mudança de estádio tenha lugar.
Boa noite,
ResponderEliminarRelativamente a hierarquia actual constando no Código da Praxe da Universidade de Coimbra,em vigor, aqui debatida, sugiro uma leitura dos textos introdutorios e explicativos de como surgiu as alterações necessarias.
Mais tenho a sugerir, para complementar e saciar a sua curiosidade, as paginas 191 e 192 do Palito Métrico, da Coimbra Editora, edição do ano de 1942. Aí poderá verificar que a primeira Hierarquia de que a registo era a seguint Novato, Semi Puto, Pés de Banco, Candieiro (com i)e por fim Veterano.
De seguida, transcrevo o texto introdutório em causa:
"Da ideia ao Código
Como surgiu este código da Praxe? Segundo o código de 2001, qualquer revisão impõe um período de seis meses de recepção de propostas e posterior tratamento das mesmas pela Comissão Permanente e Dux Veteranorum para aprovação em Conselho de Veteranos. Na prática, este processo tem a duração de um ano lectivo, pelo que os primeiros contactos para a formação de uma comissão de revisão do Código da Praxe foram feitos em Outubro e Novembro de 2006.
A primeira reunião acontece no dia 13 de Janeiro de 2007. Neste dia, para além do Dux Veteranorum e da Comissão Permanente, foram convidados vários Dux Duxorum, estudantes e antigos estudantes que, devido aos seus reconhecidos serviços pela Academia e pela Praxe, podiam dar uma importante contribuição neste virar de página da Praxe Coimbrã.
A primeira questão que surgiu foi que caminho a seguir neste Código, sendo que havia duas claras possibilidades. A primeira, considerada por muitos como a mais plausível, até porque implicaria menos trabalho e seria provavelmente mais consensual, consistia em deixar tudo como está, apenas encaixando os actuais graus no primeiro ciclo, quer reduzindo os períodos de vigência de cada grau, quer equiparando o segundo ciclo aos actuais mestrados e sendo assim ignorados em termos de Código da Praxe. A segunda possibilidade, mais trabalhosa e provavelmente menos consensual, seria a de englobar ambos os ciclos no Código da Praxe, o que implicaria uma completa reformulação do mesmo com o desaparecimento de velhos graus e o surgimento de novos. O caminho a seguir foi claramente o segundo.
Esta via, apesar de consensual levantava várias dificuldades, tais como a designação de Quartanista e Quintanista deixarem de fazer sentido, a forma de encarar o primeiro e segundo ciclos, sendo que muitos estudantes abandonariam a universidade no final do primeiro ciclo e outros apenas a ingressariam no segundo, a atribuição do grau de Veterano face ao efeito das prescrições, entre outras.
O primeiro passo foi o estabelecer de três pressupostos que iriam reger toda a concepção do Código, sendo o primeiro o evoluir das normas sem desvirtuar a essência das tradições, o segundo o recuperar o mais possível tradições e termos esquecidos da Academia de Coimbra e por fim, a não utilização de títulos utilizados noutras universidades, por forma a preservar a unicidade e identidade da Praxe da Universidade de Coimbra.
Começou então o debate acerca da definição dos graus, sendo que para isso o primeiro recurso foi o Palito Métrico. Daí surgiu o grau de Candieiro, atribuído ao último ano do primeiro ciclo devido a ser aquele ano “em que os estudantes com as luzes da ciência costumam resplandecer e luzir, com os créditos imortais da sua capacidade”.
Em seguida, foi pensado qual o grau que deveria ser atribuído aos que, já tendo um número de matrículas superior às necessárias para completar o primeiro ciclo, ainda o não terminaram. A designação escolhida foi a de Bacharel, título usado na maioria dos países da Europa para designar os possuidores do primeiro ciclo, mas que em Portugal não foi adoptado, continuando-se a usar o título de Licenciado. Desta forma, achou-se bem ironizar com este título esquecido pelo Processo de Bolonha.
Antes de definir os graus do segundo ciclo foi necessário repensar o grau de Veterano. O primeiro consenso a que se chegou foi que Veterano é aquele que estuda os dois ciclos na Universidade de Coimbra. Decidiu-se então não atribuir o grau de Veterano a alunos que apenas efectuassem o segundo ciclo em Coimbra, pois a vivência do primeiro ciclo em Coimbra é única em aspectos tal como o ano de Caloiro, a Queima das Fitas e Latada do Caloiro, o “ano do carro” e tudo o que faz um estudante viver e sentir um percurso académico em Coimbra e que conduz, em última análise, ao grau de Veterano. Essa falta de vivência da Praxe de Coimbra por parte dos alunos que apenas vêm a Coimbra obter o seu segundo ciclo, levou à destrinça do termo Novato e do termo Caloiro, sendo agora Novato aquele aluno que chega a Coimbra para obter o seu segundo Ciclo e, nunca tendo tido contacto com a Praxe de Coimbra, é-lhe dada uma oportunidade de se integrar com os seus colegas, com todas as “regalias” de um Caloiro, durante o primeiro período da Praxe.
ResponderEliminarAo grau correspondente ao primeiro ano do segundo ciclo foi dada a designação de Bolognez, título criado por força do processo com o mesmo nome e que dessa forma ironiza com esse processo tão “estrangeiro” e estranho aos estudantes da Universidade de Coimbra. O grau de Marquez é atribuído aos alunos do segundo ano do segundo ciclo, e é um título criado em honra do grande modernizador e reformador da Universidade – o Marquês de Pombal. É também atribuído aos que, por terem sido Caloiros Estrangeiros ou Novatos, não podem ascender à categoria de Veteranos.
Todas estas ideias ficaram estabelecidas na primeira reunião, para posterior análise e definição pormenorizada.
A segunda reunião realiza-se em Março de 2006, e foi onde se começou por sistematizar tudo o que foi falado na reunião anterior. Esclareceram-se alguns pontos ainda em aberto mas, o ponto fulcral desta reunião, foi a questão da Queima das Fitas cuja estrutura era obrigatório modificar, por força das alterações nos diversos graus. Uma festa tão importante não só para a academia como para a cidade, e que por força da dimensão que tomou nestes últimos anos, necessitava de intervenção de forma a continuar a ter o brilho de épocas passadas.
A primeira preocupação foi balizar a própria festa a uma semana de forma a esta não ficar demasiado próxima dos exames do segundo semestre e, também, para que não se torne um transtorno exagerado à actividade lectiva. A questão do Cortejo no primeiro fim de semana era quase obrigatória, pois quase todas as actividades praxísticas requerem Fitados e o facto de o Cortejo ser a um Domingo, permite não só um maior envolvimento da cidade mas também, e mais importante que tudo, das famílias do estudante que, na grande maioria dos casos, fazem um sacrifício tremendo para que este possa estudar e que muitas vezes, por uma questão de trabalho ou de deslocação, não podem estar junto deste no pico da sua vida académica.
A calendarização da Bênção das Pastas também mereceu atenção. Previamente esta podia ser incluída no primeiro domingo da semana da Queima das Fitas pois já havia Fitados que transitavam do ano anterior, condição essencial para a realização da referida Missa. Com o actual processo de Bolonha tal já não é possível pois os estudantes colocam Fitas na primeira semana de Maio e terminam a sua licenciatura pouco depois. Por outro lado, era necessário reservar algum tempo para os estudantes poderem dar a assinar as suas fitas, tradição já antiga nesta academia, que permite que família, amigos e professores possam exprimir o seu afecto e amizade. A solução foi calendarizar a bênção das pastas para três semanas após o dia do cortejo.
Clarificadas as questões da indumentária, foram revistos os graus e, acima de tudo, a dinâmica dos mesmos com os dois ciclos. Concluiu-se que com ao actual regime de prescrições, seguindo a regra de que o Veterano é aquele que tem mais matriculas que as necessárias para concluir os dois ciclos, o número de veteranos seria quase nulo, o que levantaria graves questões em termos de regulação da Praxe. Decidiu-se então que o grau de Veterano deixa de ser um grau reservado aos que não acabam o curso “a tempo e horas”, mas sim aos alunos que chegam ao segundo ciclo, ou seja, o grau de Veterano a partir de agora implica estudo e não desleixo. Foi também extinta a Comissão Permanente e criado o Senatus Praxis, órgão que permite a estudantes que não sendo Veteranos, mas já com provas dadas de vivência praxística, a possibilidade de aconselhar o Dux Veteranorum nas mais diversas questões.
ResponderEliminarQuanto ao exercício da praxe haverá maior controlo directo por parte do Conselho de Veteranos nos julgamentos, devido à nomeação obrigatória de um representante por parte do Dux Veteranorum. No que respeita as Trupes, foi proibida a realização de Trupes embuçadas e foi criado o Sanctionatis Documentum que permite a identificação e responsabilização dos infractores em Praxe de Trupe.
A questão das Trupes foi a questão que acabou por incendiar a parte final da reunião devido às diversas sensibilidades presentes. Se por um lado este pequeno incidente mostrou a diversidade de opiniões existente na Comissão de Revisão, notória ao longo de todo o processo, criou também um impasse quase intransponível e que causou o fim inconclusivo desta longa reunião. Se por um lado é necessário regular esta prática, também é necessário preservar esta tradição única da Academia de Coimbra.
Nos dois dias seguintes houve várias conversas e decidiu-se por fim remover todos os resquícios de descriminação entre sexos existentes no Código, incluindo as descriminações positivas.
A reunião do Conselho de Veteranos para discussão do Código da Praxe dá-se no dia vinte e seis Julho de dois mil e sete. Foi um Conselho de Veteranos bastante participado e com muito debate, onde ainda se procedeu a pequenas alterações no texto. Até aqui o Código foi uma lição de pluralidade e democracia.
O Código da Praxe da Universidade de Coimbra foi aprovado sem votos contra, culminando um processo de longo debate e reflexão acerca da praxe, algo que há pelo menos cinquenta anos não se fazia nesta academia.
O resultado final, longe de perfeito, é um Código mais simples, claro e sem ambiguidades, que certamente servirá de base a todos os futuros códigos construídos em torno do actual sistema de dois ciclos.
Renato Martins"
in Código da Praxe da Universidade de Coimbra, 2007
Posto isto, espero trazer luz sobre as intenções do Magnum Concilium Veteranorum sobre esta matéria.
Atentamente,
P'lo Magnum Concilium Veteranorum
Micael C. Roque
Senatus Praxis
"haverá maior controlo directo por parte do Conselho de Veteranos nos julgamentos"
ResponderEliminarE sem ser nos julgamentos? E nas praxes ordinárias? E nos cortejos? E nas tradições envolventes da Queima das Fitas?
Porque até hoje, apesar do pedido de muito estudante desta Academica, o CV nunca se pronunciou acerca do culminar de uma falta de respeito enorme pela Praxe Coimbrã, que se passou durante o último cortejo? Porque continuamos a ver os "doutores" completamente desinformados sobre a Praxe e nunca ninguém foi ter com eles para lhes transmitirem conhecimento acerca das nossas tradições? Porque eu e tantos outros sentimos que o CV não existe mais?!
Zé Veloso, peço imensa desculpa por este desabafo neste blog, mas vi aqui finalmente um sinal de que afinal sempre existe alguém no Conselho de Veteranos. É que nem com artigos de opinião escritos por ex-dirigentes da AAC, abaixos-assinado ou cartas endereçadas, se ouviu um parecer do CV acerca do declínio contínuo que o respeito pela Praxe está a ter.
Cumprimentos,
David Carvalho
Caro David,
ResponderEliminarO MCV não é, nem pode ser, um orgão de policiamente de boas praticas praxisticas. Já nos tempos em que a UC envolvia 2000 a 3000 alunos, não o era. Essas são práticas de escolinhas, em que existe um regime feudo-praxistica, onde a praxe só está ao alcance de um qualquer nucleo duro.
Um dos pricipios da praxe é ela ser espontanea. Caso o meu caro colega não saibe, na Praxe Académica Coimbrã, existe um Código e uma Hierarquia, é da responsabilidade de cada um, de uma forma pedagogica (prioritariamente) ensinar os nossos colegas "menos informados" (!!!). Há nem a dez anos atras, que se via Quartanistas e Quintanistas a ir as unhas de Semi-Putos e Putos, por este não cumprirem os preceitos da praxe. Mais digo, um caloiro meu, agora quase médico, no seu primeiro ano chegou a ir as unhas a Putos do seu curso. A praxe é feita Por estudantes Para estudantes. O MCV é um orgão regulador constituido pela maior hierarquia da praxe apos o dux para decidir sobre questões que envolvem a Academia e A praxe académica coimbra, mas não este que faz a Praxe.
Quanto a questão da divulgação do código da praxe da UC, o MCV neste momento e desde do inicio do ano lectivo, está a oferece-lo directamente a todo e qualquer caloiro que se dirige a sala do Conselho de Veteranos e está já garantido que essa mesma acção para os proximos anos, as custas do MCV.
ResponderEliminarA obrigatoriedade de se dirigirem pessoalmente a Sala do MCV no Edificio da AAC, tem como intuito primordial de mostrar que este edificio tem muito mais que o Bar e a Espalanada da AAC, que tem secções e organismos que fazem da AAC o clube mais eclético do Mundo (sim, do mundo) e o polo cultural de referencia da Cidade de Coimbra (embora esta se tenha esquecido de nós quando foi capital da cultura, mas isso é outra conversa).
A informação desta oportunidade chega junto dos caloiros logo no dia em que se matriculam e adquiram o seu manual de caloiro fornecido pela DG/AAC. Caso contrario, são os proprios nucleos de estudantes que os trazem directamente a AAC para assim receber em mão propria o SEU código da praxe.
A partir daí, só não sabe quem não quer...
Agora se as gerações pós-conscrição portuguesa estão habituadas a receber tudo de mão beijada, então é necessario mostrar que chegando a Universidade essa situação não existe, e quem melhor senão a Praxe, como escola da vida de cada um.