22 novembro 2020

100 ANOS DA TOMADA DA BASTILHA!

Há dez anos atrás escrevi aqui um post sobre a Tomada da Bastilha, com aquilo que então sabia sobre o assunto.
Agora, que se passam 100 anos sobre aquele memorável evento, achei interessante ir procurar mais fundo, para melhor perceber o que aconteceu e porque aconteceu, procurando contribuir para o esclarecimento da verdade histórica, já que têm sido publicadas versões nem sempre concordantes entre si sobre os referidos factos, seus antecedentes e sua importância, e, até, avaliações distorcidas daquilo que se passou.
Para tanto, consultei e confrontei tudo o que consegui encontrar, desde depoimentos de conjurados e de jornais da época até livros e artigos de revistas que foram publicados a partir dos anos 40.
Essa pesquisa está na base do artigo que poderão ler nas págs. 7 a 16 do n.º 55 da revista Capa e Batina (número especial que a AAECL - Associação dos Antigos Estudantes de Coimbra em Lisboa acaba de editar para assinalar o I Centenário da Tomada da Bastilha), onde encontrarão outros depoimentos a propósito desta data.
Para aceder ao PDF CARREGAR AQUI.
Nota: Para uma visão geral clicar nas setas < >; para ler clicar na nuvem.
Se tiver dificuldade em trabalhar com o link acima, abra o PDF AQUI.

Zé Veloso

3 comentários:

  1. Já li a revista evocativa deste importante centenário. Recomendo. Parabéns Academia de Coimbra e AAECL pelo trabalho em prol da Cultura.

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  2. Parabéns pelo artigo que, além de estar muito bem escrito, é o mais completo que já li sobre a Tomada da Bastilha.
    Tenho uma pergunta: porque não falou na salva de 101 tiros?

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    1. Agradeço-lhe o comentário e, em particular, a pergunta.

      Quando escrevi aqui no blogue em 1910 sobre a Tomada da Bastilha, referi, de facto, uma "salva de 101 tiros". Mas hoje não estou certo de que tal salva tenha acontecido!

      Acontece que ao reescrever agora o texto, depois de ter recolhido muito mais informação sobre os factos, deparei-me com relatos diferentes dos mesmos acontecimentos consoante as fontes, relatos que confrontei um a um, na procura da versão mais credível. E a salva de 101 tiros é apenas uma das várias situações com que me deparei.

      O número cabalístico de 101 tiros – que relembrará as icónicas salvas reais da velha Inglaterra – é referido pela primeira vez (que eu saiba) em 1945 por Carminé Nobre no vol. II da sua “Coimbra de Capa e Batina”. Lá se escreve «uma girândola de 101 tiros lançada das varandas do antigo Clube dos Lentes». Trata-se de um número carregado de simbolismo, que foi sendo sucessivamente repetido, mas…

      Por um lado, o que estava em causa era chamar rapidamente os estudantes para a rua e desorientar as forças da ordem. Para tal, o número exacto de morteiros pouco importaria, desde que fossem muitos. 101 tiros seria algo mais próprio de um cerimonial de honra, que não era o caso.

      Por outro lado, tal número não aparece referido nas descrições que recolhi de quem esteve envolvido nos factos:
      - «estralejaram girândolas de morteiros» (Fernandes Martins, o principal cabecilha do golpe, “Bastilha”, 25/11/1993);
      - «estralejar de foguetes» (Albino Rodrigues de Souza, conjurado, “Estudante Bargante”);
      Idem em relação aos jornais de Coimbra:
      - «queimando-se algumas dúzias de morteiros» (Gazeta de Coimbra, 25 Nov 1920)
      - «retumbante estralejar de foguetório» (“O Despertar”, 27/11/1920);

      Não tendo conseguido confirmar a informação de Carminé Nobre através de fonte independente, optei pela fórmula utilizada por Fernandes Martins, «girândolas de morteiros», que, para além de provir do principal cabecilha do golpe, encaixa bem em tudo o mais que consegui recolher.

      Abraço, Zé Veloso

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