18 novembro 2011

... E ASSIM NASCERAM AS REAIS REPÚBLICAS!

Na edição de 1792 do Palito Métrico (1) aparece um curioso texto, no qual um Bacharel aconselha um rapazote, que se prepara para ir estudar para Coimbra, sobre a forma económica de aí viver. Falando na escolha da habitação, diz-lhe a páginas tantas: «Para que em Coimbra habite economicamente, não procure casas; procure, sim, a casa de umas casas, quero dizer, alugue um quarto, o qual baste para recolher-se a estudar, a comer e a dormir.»
Mas nem só nos quartos se habitava. Estudantes mais abastados alugavam casas onde viviam com seus criados, cavalos e alfaias, luxo que, evidentemente, não estava ao alcance de todas as bolsas. Aliás, o nosso Bacharel também advertia contra os perigos de alugar uma casa: «Pelo que pertence à habitação, adopte V. M. o nosso adágio – Casa, em quanto caibas – nem V. M. lá para o futuro caia em gastar o seu dinheiro em obras de pedra e cal.»
Voltando ao Palito Métrico, o Bacharel fazia figura de sábio, mas não contava tudo. Por exemplo, esquecia-se de informar que os alojamentos sempre tinham sido escassos e que havia senhorios que preferiam deixar as casas devolutas, não só porque o tabelamento das rendas (que vigorou até à Reforma Pombalina) tornava o negócio pouco aliciante, mas também porque era difícil a convivência da população de Coimbra, sobretudo a da Baixa, com a sociedade académica, face aos abusos e à vida desregrada de muitos escolares. Mas é interessante notar que o Palito Métrico – uma colectânea de textos  que plasmava as tradições e o modo de viver da sociedade escolar na segunda metade do séc. XVIII – não fazia, ao longo das suas quatro centenas e meia de páginas, uma única referência à existência de Repúblicas! É que, naquele tempo, as Repúblicas não existiriam ainda.
Contudo, admite-se que, desde há muito, os escolares viessem respondendo à escassez de alojamento com formas diversas de partilha, entreajuda e vida comunitária, aproveitando as casas que tanto D. Dinis como D. João III mandaram construir, as deste último rei com vocação para albergar oito a dez estudantes, como bem explica Artur Ribeiro (2), autor que, no entanto, não nos apresenta testemunhos concretos sobre a forma de viver nesses tempos mais remotos. Mas já em tempos mais recentes, é o mesmo Artur Ribeiro que escreve, a dado passo (2)«Ribeiro Sanches, em 1763, traça-nos o seguinte quadro: “Cada dois ou três estudantes têm uma ama, um e, às vezes, três criados;(…)”. Este autor estará a referir-se a pequenas comunidades de escolares com certo poder económico porque, outras comunidades haveria em que o número de estudantes seria bem superior. Uma análise cuidada dos registos de matrículas dá-nos, para esta época, um número médio de cinco residentes, nos casos de habitação partilhada. Todavia, Ribeiro Sanches introduz um novo elemento, a figura da “ama” que estará muito próxima da serviçal ou “servente” das “Repúblicas” do Século XX.»
Muitos estudantes se albergavam ainda na vintena de colégios das ordens religiosas que, depois da transferência da Universidade para Coimbra com D. João III (1537), foram sendo construídos na Rua da Sofia e na Alta. Porém, chegados a 1834, Joaquim António de Aguiar – o "Mata Frades", aquele que ocupa hoje o centro do Largo da Portagem mas que ocupava à época o Ministério dos Negócios Eclesiásticos e da Justiça – avançou com o decreto de extinção das ordens religiosas, confiscando todos os colégios, conventos, mosteiros, hospícios e demais edifícios que àquelas ordens pertenciam.

E foi este, segundo diversos estudiosos, o clique que fez nascer as Repúblicas! 
Com o fim dos colégios, a pressão sobre o alojamento aumentou mais ainda e grupos de estudantes terão ficado, de um dia para o outro, sem o seu aboletamento garantido. Mas a necessidade aguça o engenho. E a malta, liberta de tutelas, parte decididamente para a autogestão, organizando-se por conta própria e governando as suas casas à maneira de uma República – quem manda é o povo, que elege os seus chefes! – que os ventos de mudança vinham de França, sob a égide dos princípios Liberdade, Igualdade, Fraternidade!
Estávamos em meados do séc. XIX. Nasciam as Repúblicas, mas Portugal era ainda uma monarquia! Chamar a essas casas simplesmente "República" seria demasiado desafiador. Mas "Real República", sendo uma forma dúplice, já agradaria a todos: aos de fora da casa, que entenderiam que, se a República era "Real", não ofendia a ordem monárquica; e aos de dentro, para quem o "Real" quereria dizer que se tratava, realmente, de uma República, fundada e governada pelos próprios, sem ter de dar cavaco fosse a quem fosse.

E esta questão de "não ter de dar cavaco" – a autonomia das Repúblicas – é algo que está na sua essência, no seu ADN, que me parece nem sempre ter sido devidamente valorizado em análises que tenho lido sobre a história das Repúblicas. Porque uma República não é um lar de estudantes! Não foi fundada pelo reitor, nem pelo bispo nem pelo rei. E é por isso que não comungo da opinião de que tenha sido D. João III quem instituiu as primeiras Repúblicas (para mim, um contra-senso; as Repúblicas são fundadas pelos próprios repúblicos)! Nem percebo que as raízes das repúblicas possam estar em D. Dinis (uma República é muito mais do que um aboletamento partilhado)!

Como qualquer ser vivo, as Repúblicas nascem, vivem e morrem. Mas perduram no tempo para além do tempo universitário dos seus fundadores e continuadores mais próximos. Sem os esquecer, ganham vida própria. 
Gonçalo Reis Torgal (3) conta-nos que a denominação das primeiras Repúblicas estava ligada à origem dos seus repúblicos (Repúblicas Ribatejana, Transmontana, Minhota, de Tomar…) ou ao local da sua instalação (Repúblicas da Estrela, dos Grilos, da Matemática, das Cozinhas, dos Palácio Confusos…), só mais tarde aparecendo os nomes humorísticos que chegaram até aos dias de hoje. Mas, ainda no meu tempo, muitas das Repúblicas (ou Solares) agrupavam gente de proveniência comum: os 1000-y-Onários e o Kimbo dos Sobas tinham estudantes de Moçambique e Angola; no Rapó-Taxo a malta era de Cantanhede, enquanto na Bamus-ó-Bira e na Boa-Bay-Ela vinha do Minho; os Corsários da Ilhas vinham dos Açores, sendo o Farol da Ilhas de malta da Madeira.
Também eu vivi numa Real República "de Coimbra", durante 3 anos. Só que essa Real República se situava – e se situa ainda – no Porto: a Real República do Ly-S.O.S., fundada por universitários de Coimbra que iam ao Porto terminar os seus cursos de Engenharia e Farmácia, República que brilhou a grande altura no contexto das Repúblicas do Porto e que é hoje o único espécime naquela cidade.
A Real República do Ly-S.O.S. festeja este sábado e domingo o seu LII Centenário! 52 anos é obra! Lá estarão em convívio inter-geracional os actuais repúblicos e os «velhinhos», os fundadores e as gerações intermédias. Porque uma República é património de todos os que nela viveram, ainda que as decisões caibam apenas aos que nela hoje vivem. E não é apenas uma casa onde se vive em comunidade. É uma instituição viva, que em muitos casos sobrevive à mudança da própria casa (os Ly-S.O.S. vão na quarta). Porque uma República não tem apenas corpo. Tem alma!
Não podendo este ano estar no Porto com a família Lysa, daqui me junto em uníssimo num sonoro F-R-A!, gritando convosco: –  É malta Ly!!!...   S.O.S.!!!
Zé Veloso
PS - A Real República dos Ly-S.O.S. foi inaugurada com pompa e circunstância em 18 de Novembro de 1959. A foto abaixo foi tirada nesse dia, com os fundadores (falta um) e as duas madrinhas na varanda do primeiro prédio que acolheu a República. Alguns dos nomes têm uma especial relação com Coimbra: Jorge Anjinho, que foi presidente da AAC-OAF; Júlia Condorcet, filha do radiologista Dr. Pais Mamede (Condorcet, the King os Embarrilation), famoso ilusionista amador; Augusto Carmona da Motta, filho do célebre Pantaleão, companheiro inseparável do boémio Castelão de Almeida.


Nota: Este post, publicado inicialmente em 18/11/2011, foi revisto em 09/09/2017.


(1) «Sistema das Precisões» in Palito Métrico e Correlativa Macarrónea Latino-Portuguesa, Nona Edição (de harmonia com a quarta, de 1792), Coimbra Editora, 1942.
(2) RIBEIRO, Artur. «Perspectiva histórica da República de Coimbra» in Rua Larga, UC, http://www.uc.pt/rualarga/anteriores/19/16.

(3) TORGAL, Gonçalo Reis. Coimbra, Boémia da Saudade, vol II, Edição do autor, 2003.

15 comentários:

  1. Boa tarde!

    Como antigo "inquilino" desta República, saberá dizer-me se os estudantes que, "na sua altura", a habitavam eram praxistas?

    E hoje? Continuam a sê-lo?

    Se as respostas forem as que eu penso que são, qual é a sua opinião sobre isso?

    Ainda outras questões:

    Li num jornal, possivelmente o Primeiro de Janeiro ou o Jornal de Noticias de um qualquer dia de Maio de 1969 - numa noticia sobre o cortejo da Queima das Fitas - que esta República participava no cortejo com um carro próprio. Era comum isto acontecer? Os estudantes, caso praxistas, optavam por ir em que carro? No da República ou no do Ano/Curso? Que outras Repúblicas o faziam? Que outras Repúblicas existiam no Porto?

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  2. Caro Luís,
    Tenho muito gosto em responder-lhe às várias questões que me coloca. Mas deixe-me primeiro fazer-lhe uma pergunta, para poder enquadrar adequadamente a minha resposta:
    - o que quer exactamente dizer com as qualificações de "estudante praxista" e "estudante não praxista"?
    Zé Veloso

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  3. Praxista, que praxa.
    Não praxista, que não praxa.

    Parece-me isso.

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  4. Obrigado! Ficarei ansiosamente à espera de ler essas respostas.

    Quanto à sua questão:

    Para mim "estudante praxista" é aquele que é praxado e aquele que praxa.
    É aquele que, enquanto estudante do Ensino Superior, vive o dia-a-dia abraçando os usos, costumes e tradições que, globalmente, se denominam Praxe.
    É o estudante que veste Capa e Batina, que usa a pasta da Praxe e nela põe fitas quando o tempo de as usar chegar, que traça a capa quando numa Serenata, que respeita uma hierarquia... É o estudante que usa e interpreta o mesmo que eu quando diz e ouve palavras como "latada", "grelo", "semi-puto", "trupe" ou "rasganço", entre muitas outras...

    Não falei em "estudante não praxista", mas entendo essa "qualificação" como alguém que não quer viver estes anos segundo esses usos, costumes e tradições. Não por ser contra, mas simplesmente porque lhe "passa ao lado".

    A alguém que se auto-domine "anti" é porque será claramente contra a Praxe no seu todo.

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  5. (Parte 1/2)
    Caro Luís,
    Percebi perfeitamente os seus conceitos. Como não existe correspondência absoluta entre os seus e os do meu tempo, utilizarei os meus e você fará depois as devidas transposições. A resposta é longa, mas tive necessidade de enquadrar as respostas no sentir de uma época sobre a qual já passou quase meio século.

    1. Sobre se os “repúblicos” (na República não existiam “inquilinos”) de então eram praxistas.
    A minha “escola”, tal como a de todos os Lysos dos anos 60, é a escola de Coimbra, onde, naquele tempo (liceu anos 50, universidade até 65/66) a praxe era natural, endémica, embebida na história da cidade. O direito na “praxe” (ou nas “praxes”) era consuetudinário. Apesar de existir já o Código da Praxe de 1957, o comum dos estudantes desconhecia-o em absoluto, ainda que conhecesse de sobra as regras que teria de seguir no seu dia-a-dia ao longo do curso. “Praxe” era, pois, o conjunto de usos e costumes pelos quais a sociedade académica (incluindo-se neste grupo os estudantes e professores universitários e os estudantes do liceu) se regulava. Em regra, a praxe não se questionavam e era para todos, gostassem ou não.
    Ao fundar uma República no Porto, na qual era condição de admissão ter-se já passado por Coimbra, aquele espírito foi transposto para o Porto, onde a tradição praxística era bem menor e, ao contrário de Coimbra, não estava arreigada na vida da cidade. Daí que a República tivesse praxes próprias, que praticava intra-muros. Dou como exemplo o rasganço que, não existindo no Porto, era mantido pela República, mas à porta da casa e não à porta da Faculdade. Nunca a República quis entrar em choque com as (poucas) praxes existentes no Porto, normalmente decalcadas das de Coimbra, mas também não abdicou das suas próprias praxes.
    Naquele tempo, em Coimbra, o termo “praxar” aplicava-se à actividade de mobilizar, troçar, chatear os caloiros. Era típico do início do ano, até às latadas. Depois disso esmorecia. O termo “praxista” era utilizado para designar aqueles que se empenhavam no “desempenho” da praxe para além do que era normal, exibindo até um certo fundamentalismo em termos de trupes, sanções de unhas, mobilizações de caloiros, etc.. Ou seja, “praxista” era aquele que, em lugar de usufruir com naturalidade as tradições académicas da praxe, colocava um particular denodo no seu exercício, com especial incidência nos aspectos sancionatórios. Um “praxista ferrenho” era um tipo que vivia essencialmente para o exercício da praxe, e das praxadelas, correspondendo a uma pequena minoria.
    Na República dos Ly-S.O.S. quem chegava de novo era apelidado de “caloiro”, mesmo que viesse para o último ano da Faculdade. Como tal, era “praxado” intra-muros, por via de regra através de picardias verbais, a ver se o tipo era “peludo” e se perdia o pêlo. Quem não afinasse com a brincadeira ou respondesse com classe… rapidamente se via livre de tais troças. Em tudo o mais era um repúblico como os outros. O lugar de secretário da República – lugar trabalhoso por ter de responder às cartas que chegavam de repúblicos antigos, fazer actas, etc. – costumava ser confiado a um “calorio”. No dia do Centenário os caloiros serviam à mesa fardados a rigor.
    Finalmente, à data em que andei na FEUP (66/67 a 68/69), tendo ainda uma cadeira na Faculdade de Ciências, nunca me recordo de ter visto nessas Faculdades qualquer caloiro a ser praxado. Acho que o conceito não existia. Tal como não existia o hábito de ir às aulas de capa e batina, o que era perfeitamente vulgar na Coimbra do meu tempo, inclusivamente no liceu.
    E hoje, como é? A actual República tem também as suas praxes para os “caloiros”, mormente um baptismo no dia do Centenário. Naturalmente, terá também as suas praxes (usos, costumes, códigos de conduta,…) que balizam o viver dos Repúblicos enquanto tal: mais não lhe sei responder mas poderá sabê-lo directamente da boca dos actuais repúblicos, Rua António Granjo, 86, Porto.

    (continua)

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  6. (Continuação, Parte 2/2)

    2. Queima das Fitas
    A República foi no cortejo em carro próprio nos anos de 61, 67 e 69. No carro da República sempre foram todos os repúblicos, independentemente do seu grau académico. Eu fui no carro de 67 como grelado e no de 69 com o cartolado. Em 68, ano em pus fitas largas, fui no cortejo a pé, já que nem a República nem o meu curso fizeram carro.
    Não acompanho as actuais praxes no Porto mas suspeito que as coisas hoje estejam mais estruturadas. Naquele tempo, a existência de um carro do LySOS era coisa pacífica; não me recordo se as outras Repúblicas faziam o mesmo, mas admito que o não fizessem. Em Coimbra a maioria dos fitados ia num carro mas o ir-se ou não num carro era uma opção pessoal, havendo quem preferisse ir apeado. No Porto, pelo que me lembro, eram mais os apeados dos que aqueles que iam num carro.

    3. Outras Repúblicas no Porto
    Existiam nos anos 60 umas seis ou sete Repúblicas oficializadas no Porto, não existindo entre elas nenhum organismo coordenador de cúpula, tipo Conselho de Repúblicas. Para além dos Ly-S.O.S. recordo quatro nomes: Já-Nu-É, Deixa-Ká-Ver (DKV), da Regeneração e 24 de Março.

    Se quiser saber mais sobre a R.R. Ly-S.O.S. há um livro muito bom (470 páginas amplamente ilustradas com depoimentos de repúblicos de todas as épocas): «A Real República dos LYSOS no seu V Milenário». Na Rua António Granjo ainda deve haver exemplares.

    Um abraço,
    Zé Veloso

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  7. Ricardo Figueiredo20 novembro, 2011 19:08

    Revendo a foto, recordo a grande maioria dos presentes, caloiros comigo, em Coimbra. Na amizade que perdura entre os vivos, o meu abraço e na saudade dos já idos, a sentida lembrança. A todos, repúblicos de gerações sucessoras e actuais residentes, os votos de um alegre e são convívio, neste aniversário e votos na continuidade dos ideais académicos dos fundadores.
    Meu caro Veloso, mais um boa contribuição, esta, para um dia de comemoração.

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  8. Muitíssimo obrigado por respostas tão completas!

    Na semana passada, em passeio, passei pela porta desta República só para matar a curiosidade, mas na altura decidi, possivelmente mal, não bater à porta nem pedir qualquer tipo de informação aos inquilinos actuais. Está visto que um dia destes passo por lá outra vez!

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  9. A propósito das "repúblicas" e origem do termo.

    Ao longo dos últimos cinco anos, participei na elaboração de um estudo sobre o fenómeno das tunas em Portugal. Naturalmente, e como as conversas são como as cerejas, vamos atrás de uma informação e deparam-se-nos as coisas mais insuspeitas.

    Foi assim que ao procurar informações sobre o traje académico espanhol - o autêntico, não aquilo que as tunas espanholas usam - topei com estudo sobre a vida dos estudantes em meados do séc. XVI em Salamanca.

    Lá se referiam as modalidades de alojamento. Se os estudantes alugavam um quarto, chamavam-se "camaristas" (de "cámara" - quarto em espanhol). Se alugassem toda a casa, chamavam-lhe "compañías" ou "repúblicas". Neste caso, contratavam os serviços de lavandaria e cozinha a amas e lavadeiras.

    Não deixa de ser curioso. Aliás, há termos na gíria de Coimbra que foram decalcados de Salamanca - o que não é estranho, dado o prestígio desta universidade ao longo de todo o Antigo Regime.

    Está ainda por fazer um estudo profundo e comparativo entre a praxe destas duas universidades - há-de haver, naturalmente, influências mútuas.

    Forte abraço,

    Eduardo

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  10. Caro Eduardo,
    Essa informação das Repúblicas de Salamanca é muito interessante. Obrigado.
    Um abraço,
    Zé Veloso

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  11. E a República do Bint'Oito ainda não existiria? Sei que é difícil que assim seja considerada devido ao seu estatuto de Residência Universitária e de assim estar dependente dos SASUP.

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  12. Caro José Borges,
    De facto, não me recordo da República dos Bint'Oito. Mas eu referi-me apenas à década de 60. Em que zona/rua ficava? Tinha alunos de que Faculdades?
    Mas, como diz, uma Residência Universitária tutelada pelos SASUP dificilmente seria considerada como República, pese embora poder ter muitas das característica e vivências típicas de uma República (o que certamente acontecia, até pela ideia de lhe dar esse nome).

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  13. Post interessantíssimo e comentários ainda mais aguçados. Moro em Coimbra não tem bem um ano, e entendo pouco das repúblicas bem como da praxe, primeiro porque nunca morei em uma. Sobre a praxe, me coloquei contra de primeira, mas talvez se eu tivesse vivido toda essa tradição conseguisse transpor minhas ideias à dominação ofensiva que observei nas principais datas para os estudantes de Coimbra (Latada, Queima, início do ano letivo, etc). É bom ler posts assim, me proporcionam uma visão mais ampliada por ter sido escrito por alguém que de fato viveu essa experiência.

    Virei fã.

    :)

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    1. Paty, obrigado pelo seu comentário.
      Quando andei em Coimbra e, ainda por cima, tendo nascido nas redondezas, a praxe era tão natural que poucos a questionavam. Eu nunca a questionei. E foi apenas na idade madura que resolvi investigar o porquê, as origens e a evolução, daquilo que vivi.
      Cedo percebi que as tradições se fundavam não apenas na Universidade mas também na cidade.
      Daí nasceu a ideia de avançar com este blogue, procurando sempre relacionar o que se passava no meu tempo com o que existia antes e com o que lhe lhe seguiu.
      Se tiver página no facebook, poderá gostar de pertencer ao grupo "Penedo d@ Saudade - TERTÚLIA".
      Um abraço,
      Zé Veloso

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  14. Para que se não percam, transcrevo "a posteriori" alguns dos comentários trocados na “Mailing list Académica”.

    DE: Luís da Silva Melo
    Meu caro.
    Falta o livro!!! Em Coimbra morei numa república que foi Real e por razões que ninguém sabia deixou de ser: a Baco.
    Mais uma vez obrigado.
    Luís – PDL

    Resp. de Zé Veloso
    Caro Luís Silva Melo,
    Eu acho que um dia o livro aparecerá... naturalmente.
    Por enquanto tenho ainda muito caminho a percorrer, quer de estudo quer de escrita, mas é evidente que o material vai sendo alinhado.
    Obrigado pelo incentivo.

    DE: António Sequeira
    Em cada nova crónica do co-listeiro José Veloso encontro a eternidade da emoção de um instante...
    Quero ficar sempre estudante...
    Caro José Veloso: Diz bem, naturalmente. Pois toda este amor à Academia e este trabalho de recolha merecem ficar gravados em livro. Terei todo o gosto em o ter junto de outros livros sobre a Academia, a Académica e Coimbra.
    Continue o seu belo trabalho.
    Um abraço.
    António Manuel Amaro Correia Sequeira

    DE: Jorge Galvão
    Força Zé Veloso, como se percebe, o sentimento é unânime,.. queremos o Penedo da Saudade publicado !!
    abraço.

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